Não são apenas religiosos nessa busca. São filólogos, lingüistas, arqueólogos, paleógrafos e historiadores juntando peças milimétricas de um enorme quebra-cabeça.
Um Camponês Rústico
Comprovadamente, ele falava aramaico, língua corrente na Palestina, e um pouco de hebreu, aprendido na sinagoga e na Torá, a bíblia judaica. Era um camponês rústico das montanhas, que usava metáforas ligadas à agricultura, como o a “beleza dos lírios do campo” e a separação “do joio do trigo”, e evitava pregar em cidades grandes. Em sua aldeia de 1 600 habitantes o analfabetismo era regra, não exceção.
Jesus era mesmo solteiro, o que é extraordinário, num cultura judaico-camponesa que valoriza o casamento e a família. “O celibato como estilo de vida para o judeu religoso comum, e em especial para um mestre ou rabino, seria algo impensável no tempo de Jesus”, esclarece o padre John Meier, professor de Novo Testamento na Universidade Católica da América, em Washington,
O Curador dos Aflitos
Durante dois anos, o celibatário pregou na Galiléia, na Judéia e
Os desafios se agravaram na festa da Páscoa do ano 30 quando, invocando deliberadamente a profecia do Livro de Zacarias sobre a chegada do Rei Messias – “Aí vem o teu Rei, justo e salvador, montado num burrinho.” –, Jesus entrou em Jerusalém montado num jumento. “Estava realizando a profecia de Zacarias, sugerindo que o reinado messiânico estava prestes a ser revelado ao povo”, explica outro especialista, o escritor A. N. Wilson, autor de Jesus, uma Biografia. Saudado pelo povo que abanava ramos, invadiu o Templo e expulsou fariseus e saduceus. A ofensa final.
Caifás, o Sumo Sacerdote, ordenou a prisão. Na quinta-feita à noite, já sentindo o cerco, os apóstolos celebraram a Última Ceia. A captura aconteceu no jardim de Getsêmane. Levado para o Sinédrio, o Conselho dos Sacerdotes do Templo, o prisioneiro reafirmou sua missão divina.
Na manhã de sexta-feira, no pretório, a residência do procurador Pôncio Pilatos, na presença de Caifás, foi condenado. A Sexta-Feira da Paixão surgiu no dia 7 de abril de 30. Jesus foi crucificado no monte Gólgota. Tinha 36 anos.
As Origens Lingüísticas da Fé
Falta pouco para terminar a tradução dos Manuscritos do Mar Morto. A maior parte dos 800 documentos encontrados entre 1947 e 1956, em 11 cavernas perto das ruínas do convento essênio de Qumran, já foram publicados. Faltam alguns papiros da gruta 11 e a maioria da gruta 4, que constituem 15 000 fragmentos, alguns menores que uma unha. Tudo deve ser recomposto e montado. Por isso a tradução demora. O trabalho é de ourives.
Os manuscritos são as mais antigas cópias do Velho Testamento que existem.
Temendo um ataque romano, os essênios esconderam os textos nas cavernas, envoltos em panos de linho e enterrados dentro de vasos. O mais antigo data de 152 a .C, o mais recente, do ano 68. São uma preciosidade.
Décadas de tradução lenta e sigilosa provocaram uma crise acadêmica. Temeu-se que o trabalho estivesse sendo protelada por motivos religiosos. Em
A Cultura Religiosa da Judéia
Debelada a paranóia, formou-se uma equipe para concluir a tarefa: os cientistas Emmanuel Tov, da Universidade de Tel Aviv, Eugène Ulrich, da Universidade de Notre Dame (Estados Unidos), e pelo padre-filólogo Emile Puech, da Escola Bíblica Arqueológica Francesa, a instituição encarregada de coordenar a pesquisa. Hoje, eles sabem que os essênios pregavam idéias e práticas que os cristãos incorporaram, como o batismo na água, a idealização do Messias e a oposição à aristocracia sacerdotal do Templo. Mas é tudo. Não há nada sobre Jesus. Jesus nunca foi essênio.
“Jesus é um pouco a imagem do mundo onde nasceu” – diz Puech. “Mas um pouco, apenas. Porque o mundo essênio é um mundo fechado e o de Jesus é aberto. Em Qumran, as leis são exclusivas, não se pode falar com um estrangeiro ou com judeu impuro. Mas Jesus dirige-se a todo mundo”. Para o cientista, a descoberta foi fundamental: “Com os Manuscritos reaprendemos a ler o Antigo e o Novo Testamento. Jesus, ele mesmo, e suas opiniões sobre temas como pureza, monogamia e divórcio, ficou mais compreensível. Os textos evangélicos encontram um fundo histórico, um país, um território”.
Há 80 000 livros sobre Jesus e 1 000 cursos sobre religião e ciência no mundo.
“O fundamentalismo religioso precisa da ciência. Seu apelo moral não será persuasivo se parecer incoerente. Para convencer, nos dias de hoje, a religião precisa ao menos ser compatível com a ciência”. Robert Russel, diretor do Centro de Teologia e Ciências Naturais, de Berkeley, California.
Até hoje, não se descobriu nenhum vestígio arqueológico diretamente associado a Jesus.
“Há várias reconstruções de Jesus: o Jesus revolucionário, o Jesus poeta, o Jesus filósofo etc. A mesma informação pode ser combinada e recombinada.
O problema é que a figura que emerge de Jesus tende a ser o reflexo ideal do investigador”. Luke Johnson, The Real Jesus (Harper, NY, 1996)
No ano
REVISTA SUPER INTERESSANTE
Artigo.: QUEM FOI JESUS CRISTO? / Procura-se Jesus Cristo
Edição 103 – Abril 1996
Nota: Imagem de Jesus Cristo não consta na Edição 103 desta Revista, só ilustrativa desse BLOG.
Se deseja compartilhar e divulgar estas informações, reproduza a integralidade do texto e cite o autor e a fonte. Obrigada, Hospital Espiritual do Mundo.
Oi amiga ! Obrigada pelo comentário no BORBOLETA AZUL... Desejo tdo de bom pra vc tb...
ResponderExcluirSobre fazer selinhos... Eu uso o Programa Photoshop... Eu não sei fazer em outro lugar, mas tem outros programas tb pra isso.
Beijo