sábado, 30 de abril de 2011

Jesus Sabe

Jesus Sabe

Quantas lágrimas você já verteu a sós, sem ninguém para lhe estender um ombro amigo, sem uma palavra de alento, sem nenhum consolo...
Considere, no entanto, que Jesus sabe...


Quando você descobre que seus amigos, nos quais você depositava a mais sincera confiança, lhe traem, e a amargura lhe visita a alma dolorida, no silêncio das horas... Jesus sabe.

Jesus conhece os mais secretos pensamentos e sentimentos de cada uma das ovelhas que o Pai Lhe confiou.


Jesus sabe das noites mal-dormidas, quando você se debate em busca de soluções para os problemas que lhe preocupam a mente...
Das dores que lhe dilaceram a alma, quando a solidão parece ser sua única companheira fiel, Jesus sabe...

Dos imensos obstáculos que você já superou, sem nenhuma estrela por testemunha, Jesus sabe...

Da sua sede de justiça, Jesus sabe.
Da sua luta para ser cada dia melhor que o dia anterior, Jesus sabe.
Jesus, Esse Irmão Maior, a quem o Pai confiou a Humanidade terrestre, conhece cada um dos Seus tutelados.

Se você sofreu algum tipo de calúnia, de injustiça, alguma punição imerecida, Jesus sabe.
Jesus conhece as suas horas de vigília ao lado do leito de um familiar enfermo...
Sabe da sua dedicação aos filhos, tantas vezes ingratos, ao esposo ou à esposa problemática.
Jesus sabe dos seus auto-enfrentamentos para vencer os próprios vícios e as tendências infelizes.
Jesus conhece suas fraquezas, seus medos, suas chagas abertas, suas inseguranças...

Jesus sabe das muitas vezes que você persiste em caminhar, mesmo com os pés sangrando...
Jesus sabe o peso da cruz que você leva sobre os ombros...
Jesus sabe quantas gotas de lágrimas você já derramou por compaixão, sofrendo a dor de outros corações...
Jesus conhece suas muitas renúncias...
Suas amarguras não confessadas...

Jesus sabe das esperanças que você já distribuiu, dos alentos que você ofertou, das horas que dedicou voluntariamente a benefício de alguém...
Jesus conhece suas ações nobres e percebe o desdém daqueles que só notam e ressaltam suas falhas.

Jesus entende seu coração dorido de saudade, dilacerado pela solidão, amargurado pelas dificuldades que, às vezes, parecem intransponíveis...
Jesus sabe que todas as situações pelas quais você passa, são para seu aprendizado e para seu crescimento na direção da grande luz.

O Sublime Pastor conhece cada uma de Suas ovelhas e sabe o que se passa com cada uma delas.
Por isso Ele mesmo assegurou: Nunca estareis a sós.
Jesus é o Divino Amigo que nos segue os passos desde sempre e para sempre.

E nos momentos em que suas forças quiserem abandoná-lo, aconchegue-se junto ao Seu coração amoroso e ouça Sua voz a lhe dizer, com imensa ternura:
Meu filho, trace o seu sulco; recomece no dia seguinte o afanoso labor da véspera.
O trabalho das suas mãos lhe fornece ao corpo o pão terrestre; sua alma, porém, não está esquecida.
E eu, o jardineiro divino, a cultivo no silêncio dos seus pensamentos.

Quando soar a hora do repouso e a trama da vida se lhe escapar das mãos e seus olhos se fecharem para a luz, sentirá que surge em você, e germina, a minha preciosa semente.
Nada fica perdido no reino de nosso Pai e os seus suores e misérias formam o tesouro que o tornará rico nas esferas superiores, onde a luz substitui as trevas...
E onde o mais desnudo dentre vós será talvez o mais resplandecente.



Redação do Momento Espírita
Com base no item 6, do Cap. VI
Do Livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.
Mensagem Enviada pela irmã Gislene Grazioli - Osasco - Brasil - do Blog  Mundo da Gislene.

Nota: Se deseja compartilhar e divulgar estas informações, reproduza a integralidade do texto e cite o autor e a fonte. Obrigada. Hospital Espiritual do Mundo.

DO OUTRO LADO DA VIDA

Uberaba (MG)

Morte do médium Chico Xavier no dia da conquista do penta leva 100 mil pessoas ao velório e comove a maior comunidade espírita do mundo.

Manhã de segunda-feira em Yokohama, noite de domingo em Uberaba, no triângulo mineiro. Enquanto a delegação brasileira voltava da farra e preparava as malas para deixar o Japão, Chico Xavier iniciava também sua última viagem. Vivo, o médium mais famoso do Brasil anunciou seu desejo de morrer em um dia em que o País estivesse em festa. No dia 30 de junho, como se quisesse aproveitar a oportunidade, Chico Xavier quis saber o resultado da Copa e manteve-se sereno o resto do dia.

Percorreu cada ambiente de sua casa, visitou todas as salas da Casa da Prece – o centro onde promovia sessões de psicografia, a escrita de mensagens ditadas por espíritos –, e se recolheu logo após o jantar. Em menos de dez minutos, uma parada cardíaca selou sua trajetória neste planeta. Como dizem os espíritas, Chico Xavier desencarnou, aos 92 anos, para permanecer em espírito entre os compatriotas.

Enquanto a Seleção Brasileira percorria as ruas de Brasília ao lado de Ivete Sangalo, 100 mil pessoas compareciam ao velório de Chico Xavier, na terça-feira 2. Algumas personalidades foram se despedir do médium. Entre elas, o ator Norton Nascimento, o presidente da Câmara dos Deputados Aécio Neves e o casal Caio Blat e Ana Ariel, os últimos a encontrá-lo vivo. “Fomos à Casa da Prece no sábado e estávamos chegando em São Paulo quando recebemos a notícia de que ele havia morrido. Voltamos na hora”, conta o ator. Caio Blat abraçou o espiritismo por influência da esposa, a cantora Ana Ariel. Filha da espírita Eliana dos Santos, que dirige um centro em Campinas, ela visitava Chico Xavier há uma década. “Fica um sentimento de saudade muito grande.

Mas também de fé. Acredito que ele esteja feliz neste momento”, diz Ana.

“Os espíritas não guardam luto. Por isso o velório é feito com música e roupas coloridas”, resume.

Não foi apenas o Brasil que perdeu seu maior médium. Francisco Cândido Xavier era o líder espírita mais importante do mundo. Os 418 livros psicografados por ele foram publicados em diversas línguas. De acordo com o Censo Demográfico do IBGE, 2,34 milhões de brasileiros se declaram espíritas, o que corresponde a 1,37% da população. No entanto, estima-se que os espíritas assumidos não passem de 15 milhões em todo o planeta, o que transforma o Brasil no país do espiritismo. “O número de espíritas brasileiros salta para 20 milhões se incluirmos todos que vão a centros”, destaca Durval Ciamponi, presidente da Federação Espírita de São Paulo.

“Muitos se denominam católicos ou protestantes no recenseamento, mas quem acredita em comunicação com os mortos não pode ser católico”, provoca.

O sincretismo virou marca registrada do espiritismo no País. “Sou católica e espírita ao mesmo tempo. Vou à igreja e ao centro”, explica Marta de Fátima Rosa, 36 anos. Vizinha de Chico Xavier em Uberaba, Marta admira o médium desde que ele psicografou uma carta de seu irmão, morto há 14 anos em um acidente. “Minha mãe recebeu uma mensagem, na qual meu irmão dizia que estava bem. Ela passou a frequentar a Casa da Prece”, diz. “Situações de morte fazem com que muita gente recorra ao espiritismo”, aponta a psicóloga Maria Cristina Guarnieri, que pesquisou a relação entre luto e psicografia em seu mestrado em ciências da religião na PUC de São Paulo.

“Não há espaço na nossa sociedade para se falar em morte. O espiritismo conforta quem perde um ente querido”, explica.

Para alguns, visitar centros espíritas não significa devoção religiosa. O taxista Eurípedes Rodrigues da Silva, 53 anos, de Uberaba, se declara sem religião.

“Mas gosto de tomar uns passes. Sou mais espírita do que qualquer outra coisa”, confessa. Ele, que por duas vezes levou Chico Xavier a São Paulo, frequenta as sessões do médium Celso de Almeida e arrisca nomeá-lo substituto de Chico Xavier. “Um substituto deve fazer tudo o que Chico fazia. Eu nunca vi uma pessoa assim”, rebate Celso, aos 62 anos. Após psicografar 23 livros e mais de 10 mil cartas, Celso admite que nada aconteceria sem o incentivo de Xavier. “Psicografo desde os 23 anos, mas só fui atender o público aos 42, por medo de ser julgado. Chico me acusou de querer ser melhor do que Jesus, que também foi chamado de impostor”, diz.

Há muita especulação na cidade para saber quem vai assumir o legado do maior médium do País. Carlos Baccelli, outro importante médium de Uberaba, considera sensacionalismo a procura por um sucessor. “Há muitos médiuns no Brasil. Mas cada um tem o seu trabalho”, diz. Após publicar 10 livros psicografados em parceria com Chico Xavier e escrever 11 obras biográficas sobre ele, Baccelli fala com desenvoltura sobre o menino de Pedro Leopoldo (MG) que cursou apenas o primário e recebeu sua primeira mensagem mediúnica aos 4 anos. Cego de um olho e com metade da audição comprometida, Chico Xavier morava em Uberaba havia 43 anos. Recebeu duas indicações ao Prêmio Nobel da Paz. “Ele despertou admiração e desconfiança”, conta Baccelli. Não foi à toa que um eletroencefalograma feito por Chico Xavier em 1973 causou tamanho furor. Enquanto a revista Realidade afirmava que Chico era apenas uma vítima constante de ataques epilépticos, a revista Planeta destacava as alterações cerebrais ocorridas durante uma psicografia. “No momento da escrita, surgiram descargas elétricas comuns na epilepsia, que não aconteceriam se ele estivesse fingindo”, lembra Elias Barbosa, médico de Chico na época. “Clinicamente, Chico nunca foi um epilético”, garante.

Nos últimos anos, muitos médiuns ficaram famosos no Brasil por realizarem curas milagrosas. Cirurgias feitas apenas com as mãos ou com facas de cozinha, sem anestesia, fizeram a fama de espíritos como o do dr. Fritz, incorporado por médiuns como Zé Arigó, morto em 1971 em um acidente de carro (como havia previsto), e Rubens de Faria Júnior, que hoje responde a processos por charlatanismo e exercício ilegal da medicina no Brasil, mas faz sucesso como palestrante na Europa. No Rio de Janeiro, curas espíritas ainda acontecem no Lar de Frei Luiz, que combina tratamento médico convencional e mediúnico. Presidido pelo cirurgião Ronaldo Gazolla, ex-secretário municipal de Saúde, o centro recebe 30 mil pacientes por ano. O próprio Ronaldo se submeteu aos cuidados dos colegas ao detectar um câncer na próstata em novembro passado, sem abrir mão da quimioterapia.

“Espíritos amigos, inclusive Frei Luiz, me disseram que eu não precisaria operar. O câncer desapareceu”, conta.

Ainda hoje, a ciência não consegue explicar a cura espiritual ou o transe.

Para o psiquiatra Sérgio Felipe de Oliveira, da Associação Médica Espírita de São Paulo, a mediunidade é uma função biológica. “Há alterações orgânicas como aceleração cardíaca e aumento do fluxo sanguíneo na cabeça. Os pés e as mãos ficam frios e o aparelho digestivo pára de funcionar. Nada disso acontece em uma simulação”, afirma. Para o médium Celso de Almeida, de Uberaba, os efeitos são mais simples de descrever. “Não sinto meu corpo e não enxergo mais nada. O espírito assume o controle do meu pensamento”, diz. Mas, por enquanto, nada convence os céticos. A incorporação, a reencarnação ou a terapia de vidas passadas (leia reportagem à pág. 76) são coisas que não se explicam. Nem o que leva um país a criar, de tempos em tempos, pessoas iluminadas como Chico Xavier.

Carlos Verezza, ator
“Abracei o espiritismo em 1990, após uma depressão. Recuperei-me ao freqüentar o Lar de Frei Luiz, para onde Chico encaminhava fiéis. Para mim, seu grande milagre foi provar, através de mensagens psicografadas, a vida após a vida”

Jerry Adriani, cantor
“Sou católico, mas a doutrina kardecista me ajuda muito no dia-a-dia. Recebo mensagens desde a adolescência. Um dia, vi meu filho Tiago durante um sonho, antes mesmo de ele nascer. Acordei com o telefonema de minha mulher, dizendo que estava grávida.”

Fábio Assunção, ator
“Conheci Chico Xavier aos oito anos, quando meu pai recebeu um texto psicografado de meu avô. Ele foi um homem perfeito. Tinha uma energia muito boa e ajudou muita gente. Sinto por sua morte, mas fico feliz por ele ter descansado.

Nicete Bruno, atriz“ 
Nasci em uma família espírita, mas só comecei a estudar a doutrina em 1962, após o falecimento de um tio querido. Hoje acredito que todos nós somos médiuns, é só uma questão de exercitar. Para mim, Chico Xavier não morreu.
A morte é só uma transformação”

A Espiritualidade do Brasileiro

Palavras como médium, passes e reencarnação geralmente causam confusão sobre as doutrinas espiritualistas que as professam, como as afro-brasileiras e o espiritismo. Isso acontece porque os espíritas e os adeptos da umbanda e do candomblé têm em comum a crença na reencarnação e na comunicação entre homens e espíritos. Mas seus seguidores pontuam as diferenças. O espiritismo, codificado no século XIX pelo francês Allan Kardec, tem como base o Novo Testamento, procura estudar os fenômenos mediúnicos e prega que o espírito segue uma linha evolutiva através de sucessivas reencarnações.

As religiões afro-brasileiras surgiram no período colonial da adaptação das crenças trazidas pelos negros ao catolicismo imposto pelo branco. O candomblé prega a existência de uma comunicação constante entre os homens e os orixás, que são os guias espirituais. Nos terreiros, ao som de atabaques e palavras em dialeto africano, pais e mães-de-santo incorporam seus guias. Para atender à população, jogam búzios, uma espécie de oráculo.

Os seguidores obedecem a suas orientações e agradecem oferecendo sacrifícios de animais. Já a umbanda, nascida no Brasil, mistura elementos do espiritismo, do candomblé e da tradição indígena e é celebrada em português. Os fiéis mostram devoção vestindo-se de branco e entoam preces como a ave-maria. Todas as três crenças utilizam os passes – transmissão de energia pela imposição das mãos – como forma de equilibrar corpo e alma.

Juliana Vilas.
Por.: Camilo Vannuchi - Uberaba (MG)
REVISTA ISTOÉ
N° Edição:1710|17.Jul.02
Obs: Imagem de Chico Xavier não faz parte da Edição desta Revista (só ilustrativa).
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sexta-feira, 29 de abril de 2011

IRMÃO DE JESUS

A sua ternura comove e convence.
Ele é indimensional na sua pequenez, na sua singeleza
A morte não o calou, a fragilidade orgânica não lhe impediu o dever de atender o chamado do seu Senhor.
Ele continua incorruptível no ministério que mudou, em plena Idade Média, os rumos da fé e do amor.
Quando a decadência político-religiosa se anunciava, como decorrência do abuso do poder e das arbitrariedades, Francisco dignificou a criatura humana, colocando-a em patamares elevados, e propôs-lhe a felicidade com Jesus.

O mundo, depois dele, ficou diferente, qual sucedera antes com o do seu Amado.
A simplicidade enfrentou a afronta; a pureza não temeu a perversão.
Ele não é somente um, símbolo, mas a realidade do próprio amor.
O seu psiquismo prossegue envolvendo a Terra, e todos aqueles que sintonizam com a sua vibração experimentam paz e se enriquecem de esperança.

Quando a irmã morte se lhe acercou, ele recebeu-a sorrindo, saudou-a com uma canção: Louvado seja meu Senhor, pela nossa morte corporal da qual nenhum homem vivente pode escapar, e penetrou, de retorno, na Esfera dos Justos, sob o carinho do Seu Pleno Amor.
 
Francisco, por fim, é o irmão de Jesus, como nenhum outro se identificou com tão grande afinidade.
Irmão Francisco: nestes dias tumultuosos, ergue a tua doce voz e canta outra vez aos ouvidos surdos da Humanidade o teu hino de bênçãos e de louvor, intercedendo junto ao teu Irmão por todos nós, os pobres filhos do Calvário!

Pelo Espírito Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco
Página psicografada por Divaldo Pereira Franco, diante da tumba de São Francisco, em Assis, no dia 25.06.1994.

O Hospital Espiritual do Mundo agradece os irmãos do centro ESPÍRITA CAMINHOS DE LUZ PEDREIRA – SP - BRASIL, pelo artigo que iluminou este espaço de aprendizagem e encontros Sagrados.  
 
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NOTA.: As imagens usadas neste site foram tiradas da net sem autoria das mesmas. Caso alguém conheça o autor das imagens, agradeceremos se nos for comunicado, para que possamos conferir os devidos créditos. Grata, Esperança.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Diante do Cristo

Com imensa alegria fomos visitados, na noite de 8 de dezembro de 1955, por novo mensageiro da Espiritualidade Superior. Esse mensageiro foi o Dr. Alexandre Melo Morais (Espírito) que, controlando as possibilidades mediúnicas, pronunciou a brilhante alocução que prazerosamente reproduzimos neste capítulo.

Diante do Cristo encontra-se o homem à frente da luz do mundo. 
Antes dele, embora a ciência de Hermes, a filosofia de Sócrates e a religião de Buda, que lhe foram excelsos mensageiros, a vida no mundo era a absoluta dominação da conquista.

Tenebrosa noite envolvendo o sentimento, rios de sangue afogando a celebração...
Ei-lo, no entanto, que se manifesta no trono da humildade, convidando as Nações à glória da sabedoria e do amor..

Seu programa divino, a espelhar-se no Evangelho que lhe reúne as boas-novas da salvação, preconiza a fraternidade ao invés do egoísmo, a renúncia edificante em vez da posse inútil, o perdão em lugar da vingança, o trabalho com a supressão da inércia, a liberdade, com
o olvido da escravidão, e o auxílio à felicidade dos outros, como garantia da própria felicidade.

Defendendo-lhe o código de luz, de Tibério a Diocleciano, milhares e milhares de criaturas sofrem a flagelação e a morte no decurso de quase trezentos anos.
Além disso, desde a conversão de Constantino, em 312, até a morte de Isaac II, em 1204, do ocidente ao oriente todas as gerações de príncipes e guerreiros senhorearam a casta dos sacerdotes, oprimindo as lições do Senhor.

E desde a perseguição ordenada por Inocêncio III contra os albigenses, em 1209, até a Revolução Francesa, a casta dos sacerdotes, através de todos os processos da imposição inquisitorial, senhoreou as gerações de príncipes e guerreiros, deturpando os ensinamentos do Divino Enviado.

Durante quinze séculos sucessivos, os religiosos e os políticos, com justas exceções, empenharam-se ao dogmatismo e à violência, à crueldade e à devassidão, à vindita e ao banditismo coroado.

Eis, porém, que, na atualidade, com a evolução do Direito, acalentado ao sol dos princípios cristãos, culminando na extinção do cativeiro organizado, no seio de todos os povos cultos da Terra, temos no Espiritismo o Cristianismo renascente, concitando-nos, de novo, ao reinado do amor e da sabedoria.

Qual aconteceu ao próprio Evangelho, a Doutrina que o revive nasce sem guerras de sangue e lágrimas. . .
A fonte da Verdade e do Bem sulca o terreno moral do mundo, ao alcance de ignorantes e sábios, felizes e infelizes, justos e injustos.
Até ontem, à face da aventura política dominando tribunais e escolas, casernas e santuários, era de todo impraticável a experiência cristã na vida individual.

Hoje, entretanto, com o avanço da idéia religiosa que nos cabe preservar nobre e livre, pela dignificação e excelência de nossa conduta, conseguimos empreender o nosso reencontro com Jesus, elegendo-o Mestre incomparável de nossos destinos, podendo reverenciá-Lo cada dia em nosso próprio espírito, repetindo a antiga saudação dos primeiros seguidores da Boa-Nova – “Salve Cristo!” - não mais com o objetivo de empunhar, de imediato, a palma do martírio e da morte, mas, a fim de viver e servir com, o nosso Mestre e Senhor para a eternidade...

Médium: Francisco Cãndido Xavier.
Pelo Espírito Alexandre Melo Morais
Do Livro: Vozes do grande Além
Mensagem enviada carinhosamente para o Hospital Espiritual pelos irmãos do Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil – (www.caminhosluz.com.br)
Obs: Ao reproduzir o texto, favor citar o autor e as fontes.

O Minuto

A conduta indica a orientação
 espiritual da criatura. 
Surge o ideal realizado, consoante o 
esforço de cada um. 

Amplia-se o ensino, conforme a aplicação
 do estudante. 
Eternidade não significa inércia,
 mas dinamismo incessante. 
O caminho é infinito. 
Quem estabelece a rota da viagem é o viajor. 
Continua, pois, em marcha perseverante, 
gastando sensatamente o tesouro dos dias. 
Em sessenta segundos, a lágrima pode 
transformar-se em sorriso, 
a revolta em resignação e o ódio em amor. 
Nessa mínima parcela da hora, liberta-se o espírito 
do corpo humano, 
a flor desabrocha, o fruto maduro 
cai da árvore e 
a semente inicia a germinação
 da energia latente. 
Analisa o que fazes de tão valiosa
 partícula de tempo. 
Num só momento, o coração escolhe roteiro
 para o caminho. 
Com o Evangelho na consciência, 
o lazer é tão-somente 
renovação de serviço sem mudança de rumo. 
Não desprezes o tempo, em circunstância alguma, 
pois quem espera a felicidade se esmera
 em construí-la. 
A hora perdida é lapso irreparável. 
Dominar o relógio é coordenar 
os sucessos da vida. 
Nos domínios do tempo, controlamos a hora 
ou somos ignorados por ela. 
Por isso, quanto mais a alma se eleva 
em conhecimento, 
mais governa os próprios horários. 
Lembra-te de que as edificações mais
 expressivas são
 formadas por agentes minúsculos 
e de que o século 
existe em função dos minutos. 
Não faz melhor quem faz mais depressa,
 mas sim quem faz com segurança e disciplina,
 articulando ordenadamente os próprios instantes. 
Observa os celeiros de auxílio de que 
dispões e não hesites. 
Distribui os frutos da inteligência. 
Colabora nas tarefas edificantes. 
Estende a solidariedade a benefício de todos. 
Fortalece o ânimo dos companheiros. 
Não te canses de ajudar para que se efetue o melhor. 
O manancial do bem não tem fundo. 
A paz coroa o serviço. 
E quem realmente aproveita o minuto 
constrói caminho reto para a conquista da
 vitória na Divina Imortalidade.


Pelo Espírito André Luiz
Do livro: Sol nas Almas
Médium: Waldo Vieira.
Mensagem enviada carinhosamente para o Hospital Espiritual pelos irmãos do Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil – (www.caminhosluz.com.br).
Obs: Ao reproduzir o texto, favor citar o autor e as fontes.

Tributo a um Cão

...”O  mais  altruísta  dos  amigos  que  o  homem  pode  ter  neste mundo egoísta, aquele que nunca o  abandona  e nunca mostra ingratidão ou deslealdade, é o cão”. 

“Senhores   jurados,   o   cão   permanece   com   seu  dono   na  prosperidade   e   na   pobreza,  na   saúde  e  na  doença. Ele dormirá no chão frio, onde os ventos invernais sopram e a neve se lança impetuosamente.

Quando somente ele estiver ao lado de seu dono, ele beijará  a mão que não tem alimento a oferecer,  ele lamberá as feridas e as  dores  que  resultam  dos  encontros  com   a   violência   do mundo.  Ele  guarda o sono de seu pobre dono como  se fosse um príncipe.  Quando  todos  os amigos o abandonarem, o cão permanecerá.

Quando a  riqueza desaparece e  a reputação  se  despedaça,  ele é constante em seu amor como constante é o sol em sua viagem através do firmamento. 

Se  a  fortuna  arrasta  o  dono  para o exílio, o desamparo e o desabrigo, o cão fiel pede o privilégio maior de acompanhá-lo, para protegê-lo contra  o perigo e  para  lutar contra  seus  inimigos. 

E  quando   a última cena se apresenta, a morte o leva em seus braços e seu corpo é deixado na lage fria, não importa que todos os  amigos  sigam  o seu caminho: Lá,  ao lado de sua sepultura, se  encontrará  seu  nobre  cão,  a  cabeça  entre  as  patas, os olhos  tristes mas em atenta observação, fé e confiança, mesmo à morte.

Este  tributo  foi  apresentado  a um juri pelo ex-senador George G. Vest (então advogado),  que  representou  o  proprietário de um cão morto a tiros, propositadamente,  pelo  vizinho. O fato ocorreu há um século na cidade de Warrensburg, Missouri, nos Estados Unidos.  O senador ganhou  o caso e hoje existe uma estátua do  cão na cidade  e  seu  discurso  está inscrito na entrada do Tribunal de Justiça, ainda existente na cidade.

Mensagem enviada pela irmã Tatiana S. de Almeida – São Paulo – Brasil para o Hospital Espiritual do Mundo.
Obs: Ao reproduzir o texto, favor citar o autor e as fontes.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Experimentar Deus


“Experimentar Deus não é pensar sobre Deus,
 mas sentir Deus com a totalidade de nosso ser”.
Experimentar Deus não é falar de Deus aos outros,
mas falar a Deus junto com os outros.”
Experimentar Deus é tirar o mistério do universo
 do anonimato e conferir-lhe um nome,
o de nossa reverência e de nosso afeto.
“Deus perpassa toda a realidade.
 Pode, por isso, ser percebido e experimentado
nas mais diferentes situações da vida
e em cada detalhe da vida pessoal e do universo.”
“Embora sem nome adequado,
Deus arde em nosso coração e elumina nossa vida.
 Então não precisamos mais crer em Deus.
Simplesmente sabemos dele porque o experimentamos.”
Experimentar Deus...
É percorrer repetidas vezes esse trajeto...
que não será sempre o mesmo,
porque a percepção do viajante
 vai se alterando,  aprofundando.
Não há contradição.
Há sim a liberdade de experimentar
 a Presença que se revela em todas as coisas,
em todas as circunstâncias, em todas as pessoas.
 É experimentar a Presença que se vela, que se retrai
 mas que é presença.
Experimentar Deus...
É experimentar o Mistéiro.
 É estar vivo.

Leonardo Boff é um dos mais conhecidos teólogos da libertação e conferencista requisitado internacionalmente. É professor emérito de Ética, Filosofia da Religião e Ecologia na Universidade Estadual do Rio de Janeiro e autor de diversos livros traduzidos para várias línguas.
Do Livro: Experimentar Deus 
Verus Editora – 3º Edição

Obs: Ao reproduzir o texto, favor citar autor e a fonte.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Servir para Merecer

Por: Francisco Cândido Xavier

Finalizando as nossas atividades na noite de 4 de agosto de 1955, tivemos a palavra do grande companheiro Antônio Gonçalves Batuíra, denodado pioneiro do Espiritismo no Estado de São Paulo, que, de modo vibrante, nos convocou ao valor moral para mais alto padrão de eficiência da nossa tarefa espírita.

Meus irmãos, que a divina bondade de Nosso Senhor Jesus - Cristo seja louvada. Pedir é mais que natural, no entanto, é razoável saber o que pedimos.

Habitualmente trazemos para o Espiritismo a herança do menor esforço, haurida nas confissões religiosas que nos viciaram a mente no culto externo excessivo, necessitando, assim, porfiar energicamente para que a vocação do petitório sistemático ceda lugar ao espírito de luta com que nos cabe aceitar os desafios permanentes da vida.

No intercâmbio com as almas desencarnadas, procedentes da esfera que vos é mais próxima, sois surpreendidos por todos os tipos de queda espiritual.
Sob tempestades de ódio e lágrimas, desesperação e arrependimento, consciências culpadas ou entorpecidas vos oferecem o triste espetáculo da derrota interior a que foram atiradas pelo próprio desleixo.

É que, soldados da evolução, esqueceram as armas do valor moral e da vontade firme com que deveriam batalhar na Terra, na aquisição do próprio aprimoramento, passando à condição parasitária daqueles que recebem dos outros sem darem de si e acabando o estágio humano, à feição de fantasmas da hesitação e do medo, a se transferirem dos grilhões da preguiça e da pusilanimidade à escravidão àquelas Inteligências brutalizadas no crime que operam, conscientemente, nas sombras.

Levantemo-nos para viver como alunos dignos do educandário que nos recolhe! Encarnados e desencarnados, unamo-nos no dinamismo do bem para situar, sempre mais alto, a nossa oportunidade de elevação.

É inútil transmitir a outrem o dever que nos compete, porque o tempo inflexível nos aguarda, exigindo-nos o tributo da experiência, sem o qual não nos será possível avançar no progresso justo.

Todos possuímos escabroso pretérito por ressarcir, e, dos quadros vivos desse passado delituoso, recolhemos compulsoriamente os reflexos de nossos laços inferiores que, à maneira de raízes do nosso destino, projetam sobre nós escuras reminiscências.

Todos temos aflições e dúvidas, inibições e dificuldades, e, sem elas, certamente estaríamos na posição da criatura simples, mas selvagem e primitivista, indefinidamente privada do benefício da escola.

Clareemos o cérebro no estudo renovador e limpemos o coração com o esmeril do trabalho, e, então, compreenderemos que o Senhor nos emprestou os preciosos dons que nos valorizam a existência, não para rendermos culto às facilidades sem substância, engrossando a larga fileira dos pedinchões e preguiçosos inveterados, mas sim para que sejamos dignos companheiros da luz, caminhando ao encontro de seu amor e de sua sabedoria, com os nossos próprios pés.

Saibamos, assim, aprender a servir para merecer.

Pelo Espírito Batuíra
Do livro: Vozes do Grande Além
Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.

Mensagem enviada carinhosamente para o Hospital Espiritual pelos irmãos do Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil – (www.caminhosluz.com.br)
Obs: Ao reproduzir o texto, favor citar o autor e as fontes.

sábado, 23 de abril de 2011

TERAPIAS DE VIDAS PASSADAS



Em busca de cura para dores físicas ou superação de traumas, brasileiros recorrem à Terapia de Vidas anteriores.

DOR DE GARGANTA E OBSESSÃO PELA BELEZA
Já tinha procurado todo tipo de tratamento para resolver minhas crises de garganta. Cheguei a ser internada e tomei vários antibióticos, mas nada resolvia. Então, optei pela regressão. Descobri que fui uma prostituta obcecada pela beleza e alimentei uma disputa com a dona do bordel, que colocou veneno no meu vinho. Foi assim que eu morri. Depois do tratamento, deixei de me preocupar tanto com a minha aparência e as dores de garganta desapareceram. T.C., 25 anos.

A Terapia de Vidas Passadas (TVP) sempre foi vista com ceticismo por psicólogos e psiquiatras, além de ser condenada por espíritas, que consideram um erro trazer o passado de volta. Ainda assim, o interesse pelo tratamento, que transita na fronteira entre a crença e a ciência, tem aumentado no Brasil e os institutos e sociedades especializadas capacitam cada vez mais psicólogos no polêmico método terapêutico. Quem o procura são pessoas que não conseguem curar uma dor física com a ajuda da medicina tradicional ou superar um trauma com as terapias da psicologia convencional.

Muitas delas não tiveram um episódio na vida que justificasse pânico de água, pavor de lugares fechados ou multidão, ou ainda uma experiência negativa que determinasse dificuldade de estabelecer relacionamentos. Outras conviviam com dores inexplicáveis no corpo. A resposta para esses males só apareceu depois de uma regressão ao que seria uma vida anterior.

“Tinha muito medo de mergulhar e procurei a TVP para entender o motivo. Foi quando descobri que morri afogado depois que o mar invadiu minha casa”, conta o paulista Paulo Minoru Minazaki Júnior, 33 anos, que hoje se sente à vontade na água. Na TVP, o indivíduo entra num processo de transe hipnótico superficial e estabelece contato com imagens e sons fora da consciência. Supostamente viaja mentalmente ao passado, onde confronta sua própria personalidade, obtém novas informações sobre o seu caráter, vivências e experiências e o mais importante: uma explicação de por que repete determinados padrões de comportamento.

MEDO DE RELACIONAMENTOS AMOROSOS
Aos 28 anos, eu nunca tinha namorado ninguém. Sempre que o relacionamento começava a dar certo, eu inventava um motivo para terminar. Procurei várias terapias convencionais, mas nada me ajudou a entender o motivo. Após a regressão às vidas passadas, descobri que tinha medo de me comprometer porque fiquei viúva nas últimas cinco vidas, poucos anos após o casamento. Precisei de algumas sessões de terapia para me recuperar e esquecer aquele passado. Hoje, sou muito bem resolvida e vivo as relações sem medo. O que passou, passou”. Vera Barroso, 40 anos.

Histórias de pessoas que morreram em batalhas, foram assassinadas de forma violenta ou viveram entre a realeza antiga recheiam o repertório de quem diz ter se reencontrado numa vida anterior. Mas será que tudo não passa da imaginação? A psicoterapeuta transpessoal Suely Moliterno, que trabalha há 17 anos com TVP, refuta a hipótese e afirma que o estado de consciência, necessário para a imaginação, é praticamente eliminado na regressão. “No estado alfa, a racionalidade participa pouco do processo. A pessoa não conseguiria inventar histórias numa narrativa tão lógica”, afirma. A psiquiatra Maria Teodora Ribeiro Guimarães, presidente da Sociedade Brasileira de Terapia de Vidas Passadas (SBTVP), vai além e aposta na reencarnação. “Trata-se de fato da lembrança de uma vida passada. Estamos elaborando os protocolos científicos para validar o tratamento”, afirma.

Entre os casos apresentados pela SBTVP – que promoverá, entre os dias 22 e 24 de maio, o VI Congresso Internacional de Terapia de Vidas Passadas – está o relato de uma senhora que regrediu à vida anterior e descreveu sua história numa cidade do interior de Minas Gerais, mesmo sem nunca ter ido lá. Depois da terapia, ela foi até o local e teve acesso aos registros que comprovam a existência da pessoa que viu na regressão, além dos detalhes da sua vida pessoal. Situações semelhantes foram catalogadas no livro A física da alma, de Amit Goswami (Editora Aleph), que conta histórias de crianças em processo regressivo que, depois do tratamento, identificaram cidades, pessoas e objetos escondidos que viram durante a hipnose. O fenômeno, ainda estranho aos ocidentais, é amplamente difundido na cultura oriental. Um dos exemplos é o que ocorre durante a seleção do substituto do líder budista Dalai-Lama. O candidato deverá provar, ainda criança, que é o Buda reencarnado, recitando textos e localizando objetos sagrados, mesmo sem nenhuma informação – apenas através da regressão a uma vida anterior.

Desde o surgimento da psicanálise, o inconsciente passou a ser estudado pelo viés científico, o que permitiu que a técnica de regressão à vida intra-uterina fosse legitimada como método terapêutico. As vidas passadas, porém, permanecem confinadas ao campo místico. Mas, se a psicanálise aceita o inconsciente, a ciência deixou uma questão no ar: para onde vai a energia envolvida nestes processos mentais após a morte?


RAIVA E FALTA DE AR
Fiz terapia de vidas passadas quando me formei em psicologia, para entender o processo. Mas tive revelações sobre coisas que nem passavam pela minha cabeça. Entendi por que eu detestava duas pessoas da minha família e compreendi meu medo de lugares fechados. Descobri que estas pessoas mandaram me matar, mas eu não percebi que havia morrido. Cheguei a acompanhar o meu velório, mas sem saber que era meu. Eu sentia falta de ar em lugares fechados porque me sentia dentro de um caixão. Após a regressão, consegui aceitar a minha morte e deixei de ter raiva daquelas pessoas. Parece que eu tirei um colete de chumbo das minhas costas. Foi um alívio. Cláudia Geminiani, 32 anos.

“A consciência não morre, ela vai para um universo multidimensional em forma de elétrons”, disse à ISTOÉ Patrick Drouot, Ph.D. em física quântica, que já pesquisou mais de 30 mil pessoas em processo de regressão. Para ele, as crianças têm mais facilidade para entrar em contato com estas partículas cósmicas no processo regressivo porque estão menos presas à realidade material. “Não é possível voltar ao passado fora do estado de relaxamento porque a mente humana não comporta tanta informação”, explica. O Ph.D. em física nuclear Amit Goswami, pesquisador do Instituto de Ciências Teoréticas da Universidade de Oregon (EUA), compara a regressão às experiências de quase-morte. “É um encontro intenso com a consciência deslocada do corpo e seus diversos arquétipos através da telepatia. Para cada corpo físico há no universo um estado supramental de natureza quântica que lhe corresponde”, afirma. Segundo os físicos, esta ‘memória quântica’, armazenada em partículas no universo, é formada a partir da repetição de padrões de comportamento dos indivíduos em suas várias vidas. Em outras palavras, é o que alguns religiosos chamam de carma. 

Nem todos os terapeutas da TVP julgam necessário validar a tese das vidas passadas, e focam o tratamento no discurso do paciente. “O que vale é o relato do inconsciente que revela questões desconhecidas pelo paciente as quais limitam a sua vida”, afirma Noeli Heredia, presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa em Terapia Regressiva. “Independentemente de ser uma vida passada, o valor da técnica está em liberar as emoções negativas para modificar o padrão de comportamento do indivíduo e curar as suas dores”, concorda a psicoterapeuta Suely Moliterno.

Mesmo com relatos de sucesso no processo de cura de dores físicas ou de transtornos mentais, o Conselho Federal de Psicologia não reconhece a técnica.“Não há nada na ciência que comprove que o indivíduo tenha outras vidas e que possa voltar a elas”, afirma o presidente da instituição, Humberto Verona. Além disso, segundo ele, o interesse pelas supostas vidas passadas tem de vir do paciente, e jamais ser induzido pelo profissional. “Em 90% dos processos de pacientes contra a TVP, fica provada a tentativa do profissional de associar a terapia a alguma religião”, revela.

PÂNICO DE MULTIDÃO E LUGARES CHEIOS
Tinha pavor de lugares cheios. Multidões ou tumultos me deixavam transtornado. Desde criança, ficava incomodado até com as formações em fila para cantar o Hino nacional. Sempre que ia a algum lugar, ficava próximo à saída de emergência. Até que a fobia começou a me impedir de sair.
Procurei a terapia de vidas passadas, apesar de não acreditar totalmente na técnica. Não sei se o que vi aconteceu mesmo ou se foi uma projeção do meu medo, mas na regressão me vi num lugar muito cheio e ouvi uma explosão muito forte. As pessoas corriam desesperadas, muito machucadas. Acordei suado, chorando e muito emocionado. Não posso negar que o resultado foi bom. Venci o medo. Lincoln Kennedy da Silva, 40 anos. Até o poder de cura da TVP é questionável, segundo especialistas. “Existem dores físicas que são somatizadas por situações de stress e que podem desaparecer através de um processo hipnótico. Mas o problema é que elas sempre voltam, às vezes em outro local, caso não haja um acompanhamento por uma terapia tradicional”, afirma a psiquiatra Marli Piva, para quem dores musculares, crises de garganta e palpitações cardíacas são os efeitos mais comuns de stress emocional.

Não foi o que aconteceu com a carioca Ana Beatriz Berlinck, 47 anos. Vítima de fortes crises de coluna, ela procurou diversos ortopedistas e tomou todo tipo de remédio, mas nada aliviava suas dores. Sua última tentativa foi a Terapia de Vidas Passadas. Na regressão, ela descobriu que teria sido um soldado romano que morreu atingido por uma flecha no local cronicamente dolorido. Bastou se confrontar com a descoberta para se curar. “Me livrei de vez da dor, e sem remédios”, comemora.

DIFICULDADE DE MERGULHAR
Eu conseguia nadar, mas a idéia de mergulhar me apavorava. Perguntei aos meus pais se havia tido alguma experiência traumática na infância, mas eles disseram que nada havia ocorrido. Durante a regressão, descobri que morei num país parecido com a Holanda, abaixo do nível do mar. Um dique se rompeu e as ondas invadiram a minha casa. A água foi subindo pelas paredes e a porta travou. Fiquei preso, tentei salvar uma criança e morri afogado.  
Depois do tratamento, perdi o medo de mergulhar e entendi por que me preocupo tanto com meu irmão, que foi o filho que não consegui proteger na outra vida. Paulo Minoru Minazaki Júnior, 33 anos.Na opinião do presidente do Conselho Federal de Psicologia, Humberto Verona, a cura acontece devido à sensação de conforto pelo fato de o paciente se identificar com o terapeuta. “Elas apenas encontraram no psicólogo uma compatibilidade de crenças que facilitou o processo terapêutico”, afirma. A psiquiatra Marli Piva acrescenta: “A pessoa já se sente aliviada só de achar uma explicação para o seu problema”, diz ela.

Para Gildo Angelotti, diretor-executivo do Instituto de Neurociência e Comportamento, de São Paulo, as vivências relatadas pelos pacientes surgem de memórias inativas que registram imagens de filmes, sons, histórias de livros e tudo que é percebido pelo indivíduo ao longo da vida. “É como um sonho. Quando a pessoa está dormindo, os sentidos são pouco requisitados e sobra mais espaço para o resgate destes registros históricos. Mas a reunião destes elementos vem da mente do próprio indivíduo, não de outras vidas.” Na opinião dele, a TVP chega a ser arriscada aos pacientes psicóticos ou esquizofrênicos, que podem ter uma reação violenta a partir das revelações ou ficarem obcecados em encontrar nesta vida as pessoas do passado.

No estado de inconsciência proporcionado pela TVP, as pessoas choram, gritam, suam, riem, narram as histórias com riqueza de detalhes e, surpreendentemente, conseguem lembrar de tudo depois que voltam à consciência. Todo o processo é filmado ou gravado em áudio, e os psicólogos pouco interferem no processo. Mas nem todos os pacientes conseguem regredir logo nas primeiras consultas. “A terapia não é indicada aos excessivamente céticos ou incrédulos em relação à regressão e à reencarnação. Eles não conseguem se desligar do mundo externo e voltar às suas outras vidas”, diz Osvaldo Shimoda, especialista em terapia regressiva evolutiva.

Na opinião da terapeuta Noeli Heredia, o importante é o bem-estar do paciente e a técnica só é válida se o profissional ajudá-lo a se desprender do passado e quebrar os padrões de comportamento no seu dia-a-dia. “As pessoas devem entender que não são vítimas, mas protagonistas da sua própria história. O paciente deve se olhar de forma crítica e perceber que é o responsável pelo que acontece na sua vida”, afirma.

Agradecimento: Fórmula Academia (SP)























REVISTA “ISTOÉ” – Ed.2003 – 26/03/2008 

Matéria: “Reencontrando o Passado” 
Por: Carina Rabelo 
Foto: Roberto Castro /AG. ISTOÉ
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