sábado, 31 de dezembro de 2011

ESTAMOS AQUI SÓ DE PASSAGEM

Rápida passagem

Conta-se que no século passado, um turista americano foi à cidade do Cairo, no Egito. Seu objetivo era visitar um famoso rabino.
O turista ficou surpreso ao ver que o rabino morava num quarto simples, cheio de livros. As únicas peças de mobília eram uma mesa e um banco.
Onde estão os seus móveis? Perguntou o turista.
E o rabino bem depressa perguntou também:
Onde estão os seus?
Os meus? Disse o turista. Mas eu estou aqui de passagem.
Eu também. Falou o rabino.

* * *
A vida na Terra é somente uma passagem. No entanto, vivemos como se fôssemos ficar aqui eternamente.
A grande preocupação é amontoar coisas. São casas na cidade, na praia, no campo, no Exterior.
Vários carros de cores, marcas e potências diferentes, para ocasiões diversas.
Inúmeras roupas, dezenas de calçados, prédios, terrenos, joias. Quanto mais se possui, mais se deseja.
Justo que o homem anseie pela casa confortável, vestimenta adequada à estação, boa alimentação.
Tudo isso faz parte da vida material. São coisas necessárias para nos manter e podermos gozar de relativa segurança.

Entretanto, por que ajuntar tantas coisas, utilizando um tempo enorme em trabalho constante, sem nos preocuparmos com a vida do Espírito?
De um modo geral, afirmamos que não temos tempo para orar, para ler e estudar a respeito do mundo espiritual, do porquê nascemos e vivemos.

Nossa preocupação é exclusivamente no campo profissional, para ter sucesso, ganhar sempre mais.
Essa maneira de pensar é tão forte em nós que, ao auxiliarmos nossos filhos a se decidirem por essa ou aquela profissão, costumeiramente sugerimos que eles escolham a mais rendosa. Aquela profissão que, num tempo muito curto, trará excelente retorno.

Preocupamo-nos com as notas da escola, com seu desempenho nos esportes, nas artes.
Tudo muito correto! Mas, e quanto ao Espírito? Quando teremos tempo para lhes falar de Deus, da alma, de Jesus, da lei de amor?

Quando nós mesmos teremos tempo para frequentar um templo religioso? Para ajuntar tesouros espirituais, trabalhando as virtudes em nós?
Lembremos que a vida no corpo é uma passagem apenas.
Vivamos bem mas, de forma sábia, também cultivemos as coisas do Espírito, preparando a nossa vida para além da tumba.

* * *
A vida espiritual é a verdadeira vida. A vida terrena é breve e tem por objetivo o progresso do Espírito.
Estamos na Terra exatamente como alguém que chegasse de um lugar distante, parasse em uma determinada estação, ali permanecesse por um tempo e, depois, tomasse a condução de volta ao ponto de origem.

Assim são as nossas idas e vindas da Pátria espiritual para a Terra e daqui para lá.
Por esse motivo asseverou Jesus na parábola do homem que encheu os seus celeiros e se preparou para aproveitar tudo, ao máximo: Louco. Ainda esta noite a morte virá te buscar a alma.

Redação do Momento Espírita, com base em conto do
livro Histórias da alma, histórias do coração, de Christina
Feldmann e Jack Kornfield, ed. Pioneira.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 2, ed. Fep.
28.12.2011.

Texto.: Estamos Aqui só de Passagem

O Hospital Espiritual do Mundo agradece o irmã Semíramis AlencAR pelo texto que engrandeceu este espaço de aprendizagem e encontros Sagrados.
Se deseja compartilhar e divulgar estas informações, reproduza a integralidade do texto e cite o autor e a fonte. Obrigada. Hospital Espiritual do Mundo.

NOTA.: As imagens usadas neste site foram tiradas da net sem autoria das mesmas. Caso alguém conheça o autor das imagens, agradeceremos se nos for comunicado, para que possamos conferir os devidos créditos. Grata, Esperança.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

COISAS BOAS DA VIDA!


Tinha sido ferido e já estava próximo da inconsciência. Com muita dificuldade, mestre e discípulo o carregaram para o casebre rústico, onde viviam. Lá trataram do ferimento.

Uma semana depois, já estabelecido, o homem contou que havia sido assaltado e que ao reagir fora ferido por uma faca. Disse também que conhecia seu agressor, e que não descansaria enquanto não se vingasse. 

Disposto a partir, o homem disse ao sábio:

"Senhor, muito lhe agradeço por ter salvado a minha vida. Tenho que partir e levo comigo a gratidão por sua bondade. Vou ao encontro daquele que me atacou e vou fazer com que ele sinta a mesma dor que senti".

O mestre olhou fixo para o homem e disse:

"Vá e faça o que deseja. Entretanto, devo informa-lo de que você me deve 3.000 moedas de ouro, como pagamento pelo tratamento que fiz".

O homem ficou assustado e disse:

"Senhor, é muito dinheiro. Sou um trabalhador e não tenho como lhe pagar esse valor".

Com serenidade, tornou a falar o sábio:

"Se você não pode pagar pelo bem que recebeu, com que direito quer cobrar o mal que lhe fizeram?"

O homem ficou confuso e o mestre concluiu:

"Antes de cobrar alguma coisa, procure saber quanto você deve".

Não faça cobrança pelas coisas ruins que aconteçam em sua vida, pois a vida pode lhe cobrar tudo de bom que lhe ofereceu.

Hospital Espiritual do Mundo agradece o irmão ANTONIO SILVA – DO ESTADO DE SÃO PAULO pela mensagem que engrandecei este espaço de aprendizagem e encontros Sagrados. 

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A LENDA DA CARIDADE


Diz interessante lenda do Plano Espiritual que, a princípio, no mundo se espalham milhares de grupos humanos, nas extensas povoações da Terra.

O Senhor endereçava incessantes mensagens de paz e bondade às criaturas, entretanto, a maioria de desgarrou no egoísmo e no orgulho.

A crueldade agravava-se, o ódio explodia...

Diligenciando solução ao problema, o Celeste Amigo chamou o Anjo Justiça que entrou, em campo e, de imediato, inventou o sofrimento.

Os culpados passaram a resgatar, os próprios delitos, a preço de enormes padecimentos.

O Senhor aprovou os métodos da Justiça que reconheceu indispensáveis ao equilíbrio da Lei, no entanto, desejava encontrar um caminho menos espinhoso para a transformação dos espíritos sediados na Terra, já que a dor deixava comumente um rescaldo de angústia a gerar novos e pesados conflitos.

O Divino Companheiro solicitou concurso ao Anjo Verdade que estabeleceu, para logo, os princípios da advertência.

Tribunas foram erguidas, por toda parte, e os estudiosos do relacionamento humano começaram a pregar sobre os efeitos doma ledo bem, compelindo os ouvintes à aceitação da realidade.

Ainda assim, conquanto a excelência das lições propagadas repontavam dúvidas em torno dos ensinamentos de virtude, suscitando atrasos altamente prejudiciais aos mecanismos da elevação espiritual.

O Senhor apoiou a execução dos planos ideados pelo Anjo da Verdade, observando que as multidões terrestres não deveriam viver ignorando o próprio destino.

No entanto, a compadecer-se dos homens que necessitavam reforma íntima sem saberem disso, solicitou cooperação do Anjo do Amor, à busca de algum recurso que facilitasse a jornada dos seus tutelados para os Cimos da Vida.
O novo emissário criou a caridade e iniciou-se profunda transubstanciação de valores.

Nem todas as criaturas lhe admitiam o convite e permaneciam, na retaguarda, matriculados ns tarefas da Justiça e da Verdade, das quais hauriam a mudança benemérita, em mais longo prazo, mas todas aquelas criaturas que lhe atenderam as petições, passaram a ver e auxiliar doentes p obsessos, paralíticos e mutilados, cegos e infelizes, os largados à rua e os sem ninguém.

O contato recíproco gerou precioso câmbio espiritual.

Quantos conduziam alimento e agasalho, carinho e remédio para os companheiros infortunados recebiam deles, em troca, os dons da paciência e da compreensão, da tolerância e da humildade e, sem maiores obstáculos, descobriram a estrada para a convivência com os Céus.

O Senhor louvou a caridade, nela reconhecendo o mais importante processo de orientação e sublimação, a benefício de quantos usufruem a escola da Terra.

Desde então, funcionam, no mundo, o sofrimento, podando as arestas dos companheiros revoltados: a doutrinação informando aos espíritos indecisos quanto às melhores sendas de ascensão às Bênçãos Divinas; e a caridade iluminando a quantos consagram ao amor pelos semelhantes, redimindo sentimentos e elevando almas, porque, acima de todas as forças que renovam os rumos da criatura, nos caminhos, humanos, a caridade é a mais vigorosa, perante Deus, porque é a única que atravessa as barreiras da inteligência e alcança os domínios do coração.

Texto.: A Lenda da Caridade
Por.: Francisco Cândido Xavier
Pelo Espírito de Meimei

O Hospital Espiritual do Mundo agradece os irmãos DO SITE MENSAGEM ESPÍRITA  pelo texto que engrandeceu este espaço de aprendizagem e encontros Sagrados.
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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O ESPELHO DE GHANDI

O ESPELHO DE GHANDI
Por.: Mahatan Ghandi

Perguntaram numa ocasião a Mahatma Gandhi quais são os factores que destroem o ser humano, ele respondeu assim:

"A Política sem Princípios, o Prazer sem Responsabilidade, a Riqueza sem Trabalho, a Sabedoria sem Carácter, os Negócios sem Moral, a Ciência sem Humanidade e a Oração sem Caridade. A vida tem ensinado a mim, que as pessoas são amáveis, se eu sou amável; que as pessoas estão tristes, se estou triste; que todos me querem bem, se eu quero bem a eles; que todos são maus, se eu os odeio; que há rostos sorridentes, se eu sorrio para eles; que há rostos amargurados, se estou amargurado; que o mundo é feliz, se eu sou feliz; que as pessoas tem nojo, se eu sinto nojo; que as pessoas são gratas, se eu tenho gratidão. A vida é como um espelho: Se sorrio, o espelho me devolve o sorriso. A atitude que tomo na vida, é a mesma que a vida tomará ante mim."

"Quem quiser ser amado, que ame".
"A única razão porque és feliz, é porque tu decides ser feliz".

Texto.: O Espelho de Ghandi
Por.: Mahatan Ghandi
Imagem: Enviada por Dora Saunir com o texto.

O Hospital Espiritual do Mundo
 agradece a irmã DORA SAUNIER DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO  pelo mensagem que engrandeceu este espaço de aprendizagem e encontros Sagrados. 
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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

MENSAGEM DE BEZERRA DE MENEZES



Ha aqueles que pretendem sempre destacar o valor que impera no mundo...

Muitos elevam as suas vozes para contar defeitos inúmeros acerca da alma humana. Outros tantos se tornam porta vozes de discursos virulentos, alimentando em tantas almas o desespero, a aflição e quantos, incentivados por esses discursos acabam chegando às portas do suicídio, como se ele fosse a solução mágica para todos os problemas. Mas, todos nós que aqui estamos reunidos sob a bandeira do Cristo, acabamos de experimentar o quanto o amor é capaz de produzir na alma do ser humano, o quanto o calor da amizade é capaz de transformar as atribulações que tantos passam em momentos ligeiros, porque conseguem antever o amanhecer de um novo dia e com esse amanhecer as claridades sublimes do sol a mostrar diante dos seus olhos as luzes da esperança, neste novo dia que começa.

Aqui estamos irmãos e irmãs de ideal, todos nós irmanados neste sentimento, em realidade não nos julgamos merecedores de tantas citações, de tantas observações, já que ainda estamos longe da perfeição espiritual. Mas, o importante é que todos saibam que na medida em que vamos compreendendo e assimilando as lições do nosso querido Mestre Jesus, a ignorância vai se dissipando, as trevas que nos envolvem, transforma-se em luzes benditas que clareia o nosso caminhar neste mundo, com mais segurança e firmeza. A todos aqui presentes deixamos o nosso abraço de estímulo...

Nunca se esqueçam que sois filhos de Deus e que trazes no mais profundo do ser, as suas qualidades, os seus dons, os seus talentos. Aproveitem todos a atual jornada terrena para dar prosseguimento à renovação do pensamento e do sentimento à luz da Doutrina Espírita e na medida do conhecimento das possibilidades de cada um.

Façam o melhor porque através dessas ações vocês nos possibilitam, também, agir através de vós. O nosso abraço deste servo, humilde servo do Senhor, Bezerra.

Pelo Médium Joaquim (Mensagem proferida por Bezerra, recebida pelo médium Joaquim, no encerramento do XXII Encontro Espírita Sobre a Vida e a Obra de Bezerra de Menezes realizada no CELD em 28.08.2011).

O Hospital Espiritual do Mundo agradece a irmã SEMÍRAMIS ALENCAR pelo texto enviado que engrandeceu este espaço de aprendizagem e encontros Sagrados.
           
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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O CANTO DA CARIDADE


O mundo ainda não conhecia a beneficência verdadeira antes do Cristo de Deus. A Humanidade chorava, sofria, clamava por misericórdia, fazendo ressoar suas vozes no cosmo infinito, em busca do amor, aquele amor que a consciência vislumbrava como se fosse um sonho nos caminhos da vida.

Amor que não exige, que não fere, que não troca, que não maltrata, que confia, que consola e que consubstancia os dias com a força da esperança.

E o Senhor de todos os mundos ouviu a rogativa, abriu as portas dos céus e se compadeceu dos homens, enviando seu próprio filho, em forma de homem, como sendo a Paz. E ele nos trouxe o Canto da Caridade, iluminado pelo sol do Amor, gravando nos corações de todas as criaturas a letra da canção sublimada de Deus no ambiente de paz e de benevolência: o EVANGELHO.

Jesus nos ensina a amar por meios e métodos simples, mas fecundos; enérgicos, mas verdadeiros, confortando-nos pela alegria e instruindo-nos pelo exemplo. A Caridade com o Mestre enriqueceu a atmosfera na Terra e de todos os seres com a força da instrução e a Luz da Fraternidade Universal, abrindo os nossos olhos para o entendimento mais alto, na altura da própria vida.

E não ficou somente nisso. Sabendo o Senhor que iríamos esquecer a lição dignificante da amizade pura e da exuberância do amor, ele nos prometeu –
e o apóstolo João anotou no capítulo quatorze, versículo dezesseis – esta vigorosa fala: 

“E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, a fim de que esteja para sempre convosco.”

E adiante afirma: “Eu voltarei para vós, e não vos deixarei órfãos.” E voltou, pelas mãos abençoadas de Allan Kardec, avivando as nossas consciências, para que pudéssemos sentir e procurar viver tudo aquilo que Ele nos dissera antes e que o Evangelho já ensinava havia quase dois mil anos.

Meus filhos! Despertemos! Vamos, entrelacemos as mãos com urgência no clima da caridade, que somente ela nos salva, salvando todas as criaturas das trevas da ignorância, predispondo a todos nós para o conhecimento.

Lembremo-nos e tornemos a lembrar que, sobre os céus do Brasil, paira uma bandeira, cujo dístico deluz esplende sob toda a nação, impondo-se pela claridade própria, como um cântico imortal:

DEUS – CRISTO – CARIDADE
Bezerra de Menezes
Imagem.: Grandmother Beth 2000.

O Hospital Espiritual do Mundo agradece os irmãos DA ASSOCIAÇÃO DE DIVULGAÇÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA pelo texto que engrandeceu este espaço de aprendizagem e encontros Sagrados.
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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

OS TRÊS CRIVOS


... Certa feita, um homem esbaforido achegou-se a Sócrates e sussurrou-lhe aos ouvidos: 

-Escuta, na condição de teu amigo, tenho alguma coisa muito grave para dizer-te, em particular... 
-Espera!... ajuntou o sábio prodente. Já passaste o que me vais dizer pelos três crivos? 

-Três crivos?! – perguntou o visitante, espantado. 
-Sim, meu caro amigo, três crivos. Observemos se tua confidência passou por eles. O primeiro, é o crivo da verdade. Guardas absoluta certeza, quanto àquilo que pretendes comunicar? 
-Bem, ponderou o interlocutor, assegurar mesmo, não posso... Mas ouvi dizer e... então... 

-Exato. Decerto peineiraste o assunto pelo segundo crivo, o da bondade. Ainda que não seja real o que julgas saber, será pelo menos bom o que me queres contar? 
Hesitando, o homem replicou: 
-Isso não!... Muito pelo contrário...

-Ah! – tornou o sábio – então recorramos ao terceiro crivo: o da utilidade, e notemos o proveito do que tanto te aflige. 
-Útil?!... – aduziu o visitante ainda agitado. 
-Útil não é... 

- Bem – rematou o filósofo num sorriso, - se o que tens a confiar não é verdadeiro, nem bom e nem útil, esqueçamos o problema e não te preocupes com ele, já que nada valem casos sem edificações para nós...
Aí está, meu amigo, a lição de Sócrates, em questões de maledicência...

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sábado, 24 de dezembro de 2011

SAIBAMOS PENSAR


Se pretenderes receber a luz dos anjos para viver em paz entre os homens, observa como pensas, a fim de que a sombra de ontem não te anule a esperança de hoje.

Cada dia é frente movimentada na luta silenciosa, em que nos cabe entronizar na consciência aquela vitória espiritual sobre nós mesmos, capaz de assegurar-nos a suspirada penetração na Vida Celeste.

Hora a hora, aprendamos a pensar com o bem, pelo bem, junto do bem, através do bem e estendendo o bem, a fim de que venhamos a errar menos, diante das leis que nos regem.

Observando o irmão transviado, que a convenção apelida por malfeitor, mentaliza-lhe a recuperação que o integrará na comunidade das criaturas úteis e auxilia-o quanto possas.

Perante a irmã que se fez infeliz na conceituação dos outros, reflete no esforço que o seu valor feminino despendeu para ser nobre e digna e estende-lhe mão fraterna.

Ante o delinqüente que se transformou em réu da justiça, medita na batalha indefinível que o companheiro desventurado terá vivido em si próprio, antes de render-se à tentação e ampara-o com os recursos ao teu alcance.

Não cubras teus olhos com o crepe do pessimismo, nem envolvas réus no gelo da indiferença.

Aprende a pensar para o bem para que o bem te ensine a ver e a servir.

Onde o mundo situa o aviltamento e a corrupção, a falência e a queda, o pensamento reto descobre sonhos malogrados e aspirações desfeitas que a tempestade da ignorância e da penúria destruiu.

Não te confies às sugestões da tristeza e do desânimo, da crueldade e da maldição.

Passa auxiliando e sentirás no irmão da estrada a continuação de ti mesmo.

E, acendendo a luz da confiança e da bondade em torno dos próprios pés, guardarás a mente invulnerável à influência das trevas, convertendo o próprio espírito em vaso sagrado no qual o pensamento nobre, recolhido com limpidez e segurança, transformar-te-á a existência em estrela, brilhando na Terra em abençoada antecipação ao Reino de Deus.

Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Nós, Médium

Hospital Espiritual do Mundo agradece os irmãos DO CENTRO ESPÍRITA CAMINHOS DE LUZ-PEDREIRA-SP-BRASIL pelo artigo que engrandeceu este espaço de aprendizagem e encontros Sagrados. 
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INTERVENÇÃO DO MUNDO DOS MORTOS

O Lar Frei Luiz, no Rio de Janeiro, já curou pessoas como Milton Nascimento e Elba Ramalho

 A sala escura é iluminada apenas por lâmpadas azuis. Dentro dela há uma cabine, onde um corpo começa a se materializar a partir de uma fumaça. Para quem já tocou, sua consistência se parece com a do algodão. Já surgiram dali entidades como Mahatma Gandhi e São Francisco de Assis, mas o espírito mais assíduo é o do médico alemão Frederick von Stein, nazista que volta para limpar seu karma. A materialização é uma das características que diferencia o Lar de Frei Luiz dos outros centros espíritas. Uma das principais entidades que ilumina o Lar - um dos maiores do País, localizado em Jacarepaguá, no Rio, é justamente a do Doutor Frederick. Ele já protagonizou a cura de artistas como Milton Nascimento e Elba Ramalho, operada há alguns meses pelo espírito. Depois da cirurgia, a cantora garante que as pontadas que sentia no fígado desapareceram. "Ele abriu minha barriga inteira com o dedo. Jorrava sangue e não senti dor", relata, aliviada, sem saber explicar direito o que aconteceu. 

Milton teve recuperação rápida
Foto: Monica Zaratini/AE

Com Milton, os resultados foram definitivos. Quando a diabetes o deixou magérrimo, em fins de 1996, as más línguas espalharam que era Aids. Ele recorreu ao Frei Luiz por intermédio de uma amiga, Beth Dourado."Minha recuperação foi tão rápida que meus médicos ficaram espantados", relatou. A lembrança mais intensa foi a da materialização. "Foi muito forte e bonita. Só pode mesmo ser coisa de Deus", atribui o cantor. As definições existem, mas é claro que, para acreditar, só vendo ou tendo muita fé. Curiosamente, o centro não é comandado por nenhum artista ou pessoa que tem no misticismo sua atividade principal, mas por um médico, que pela ordem natural das coisas deveria ser refém do materialismo e avesso a soluções do além. A preocupação inicial do presidente do Lar, o cirurgião geral mineiro Ronaldo Gazolla, 65 anos, em seu terceiro mandato como secretário municipal de Saúde do Rio, é desmistificar: "A materialização é uma prova às pessoas de que existe algo além da vida comum, e não uma exibição de circo de cavalinhos", afirma. 


As cirurgias ocorrem no escuro supostamente para evitar a queima do ectoplasma, matéria-prima das materializações e operações espirituais. Trata-se de uma substância que vem do citoplasma celular, parte da célula de qualquer ser humano. Sai pelo poros e cavidades do corpo e também da natureza. Sua condensação é que vai dar a forma humana ao espírito. "Hoje a ciência não explica, mas no futuro explicará", profetiza Gazolla. De alguma forma, mesmo os médicos céticos podem explicar os resultados das intervenções do mundo dos mortos. A diferença entre um doente esperançoso e o que já se entregou é total, segundo Luiz Maltoni, 41 anos, cirurgião de abdômen e diretor do Hospital de Oncologia do INCA (Instituto Nacional do Câncer). "Aquele que sente coragem de enfrentar a doença, por qualquer motivo, acelera a produção de hormônios que atuam no sistema imunológico e responde melhor a qualquer agressão", afirma. O presidente do INCA, Jacob Kligerman, 59, concorda com a tese, mas adverte: "Está comprovado que a fé melhora, mas não cura." 

Embora o objetivo original do Lar de Frei Luiz tenha sido o de assistir a 200 crianças e 50 velhinhos, a fama vem mesmo das operações espirituais. Muitas estão relatadas no livro Médicos do Espaço - Luiz da Rocha Lima e o Lar de Frei Luiz (Editora Mauad), que acaba de ser lançado pelo jornalista carioca Roni Lima, 42. Ex-cético de carteirinha, Roni começou a freqüentar o Frei Luiz em 1994. O livro é uma radiografia da instituição. Depois do mergulho espiritual, sua cabeça mudou. "Recebi provas de que existe vida após a morte", festeja. O jornalista também passou a engrossar o quadro de 800 médiuns do Frei Luiz.

Foto:Pedro Agílson

O centro é aberto à visitação todas as quartas-feiras e em domingos alternados. Quem chega ao local pensando encontrar um gueto de místicos, a surpresa é enorme. Nos últimos dez anos, o número de visitas cresceu de 800 para três mil pessoas por dia. É quase uma cidade. Todos passam por uma triagem, às terças e sextas-feiras. Por menos que os visitantes recebam alguma deferência, o maestro Tom Jobim se emocionou quando ouviu tocar Sabiá, de sua autoria, na sala onde se submeteu à sua primeira operação espiritual. No fim do tratamento, os médiuns disseram que ele estava curado. Só que o autor de Garota de Ipanema marcara uma cirurgia para extirpar um tumor de bexiga em Nova York. Na véspera de viajar, ficou até de madrugada conversando com Gazolla. "Se fosse você, se operaria?", perguntou. "Não", respondeu o médico, mas Tom e a mulher, Ana Jobim, decidiram seguir para os Estados Unidos. "Estávamos com a medicina convencional; achamos que mal não ia fazer", diz Ana. O resto da história todo mundo conhece: o coração do maestro não resistiu à cirurgia e sua vida acabou em 8 de dezembro de 1994, aos 67 anos. 

No Frei Luiz os pacientes de casos graves como Tom ou quem vem de outros estados podem passar a fila, dependendo da intuição do médium. O interessado não desembolsa um tostão. A não ser que compre algo na cantina ou na livraria, recursos que engrossam o orçamento mensal de R$ 120 mil, obtido sobretudo de doações voluntárias. São oito salas de cura, uma para operações espirituais e as demais de passes e para afastar energias negativas. Um alto falante alterna música clássica com mensagens espirituais, em ambiente arborizado de 92 mil metros quadrados, com várias unidades isoladas. O uso de roupas brancas dá ao lugar uma aparência celestial. 

O mais estranho é que alguém que foi um materialista convicto até os 32 anos, como Gazolla, tenha se convencido ao ponto de recomendar a Tom que não se operasse. A vida de Gazzola mudou quando foi a uma seção espírita e ouviu do médium detalhes de sua vida íntima. "Foi uma prova", acredita. Daí em diante, não parou de estudar a doutrina espírita. Gazolla, que é médium intuitivo, sucedeu o médico Luiz Augusto Queiroz, que assumiu o lugar do fundador do Lar de Frei Luiz, o químico Luiz Rocha Lima (1901-1995). O embrião do centro espírita surgiu na casa de Rocha Lima, em 1947, quando ele recebeu uma mensagem de Frei Luiz. O frei alemão nasceu na antiga Prússia em 1872 e morreu em 1937 em Petrópolis, região serrana do Estado do Rio, onde era radicado. A missão de Rocha Lima foi ajudar crianças carentes. 


Vereza é diretor do centro
Foto: Renato Velasco

Foi essa assistência que atraiu o ator Carlos Vereza ao quadro de voluntários do Frei Luiz. Vereza chegou ao centro espírita em 1990, tão deprimido que usava muletas. Tudo começou quando gravava a minissérie Delegacia de Mulheres, na Globo, e seu ouvido e labirinto foram traumatizados por um tiro mal simulado.


Sem conseguir mais trabalhar, o ator percorreu inúmeras clínicas especializadas.
Quando chegou ao centro espírita, se submeteu a um tratamento intensivo.

Hoje, totalmente curado, é diretor de eventos do centro. Vereza observa que ainda há quem confunda espiritismo com macumba. "Só que a doutrina se baseia em filosofia, ciência e religião", compara. 

Essa mistura de ciência e filosofia será a linha de funcionamento do futuro Hospital Holístico, que deve ser inaugurado em dois anos. A idéia é criar um hospital gratuito de medicina tradicional, com 60 leitos, onde o atendimento vai se mesclar à medicina espiritual. Durante uma operação, os médiuns estarão a postos para ajudar no sucesso da intervenção física. A quem se perguntar por que uns saem curados e outros não, Gazolla esclarece: "Só depende do merecimento e do karma de cada um. O espírito apenas ajuda a pessoa a encontrar o Cristo interno que existe em cada um de nós".

Edição 1603 – 16/06/2000 – Matéria: “Intervenção do mundo dos mortos. O Lar Frei Luiz, no Rio de Janeiro, já curou pessoas como Milton Nascimento e Elba Ramalho.
Fotos: Monica Zaratini/AE, Pedro Agílson e Renato Velasco.

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A FAMÍLIA DO ALÉM

ESTRELAS
A mãe, Zibia, foi uma espírita tradicional durante anos. Passou a dedicar-se exclusivamente aos 
negócios por influência do filho Luiz.


Quem são os Gasparettos, o clã muito vivo que transforma mediunidade em bom negócio.

Os Gasparettos são - em carne e osso - uma tradicional família de descendentes italianos entre as tantas que povoam bairros de classe média de São Paulo. Habitam três casas distribuídas em um só terreno no bairro do Ipiranga, na Zona Sul da cidade, reúnem-se para longos almoços de fim de semana, falam gesticulando e tocam um negócio familiar. Mas a vida desta família pouco tem a ver com o dia-a-dia dos 176 milhões de brasileiros. Num domingo desses, por exemplo, a matriarca, Zibia, estava descansando na sala após o almoço, enquanto Irineu dedilhava um violão. Outro filho, Luiz, levantou-se e disse: 'Ele chegou. Vou pintar'. Rumou para outro cômodo, onde o esperavam tintas e uma tela em branco. 'Ele' não era um colega do ramo das artes, nem um amigo que serviria de modelo, nem um professor de artes plásticas.

Tratava-se do espírito de um gênio da pintura que estaria vindo diretamente do Além e iria ajudá-lo a manusear os pincéis. Minutos depois, Luiz voltou à sala e disse ao irmão: 'Apareceu no ateliê um baixinho, troncudo. Ele está dizendo que fez aquela música, 'Chão de Estrelas''. Animado, Irineu nem vacilou: 'É Orestes Barbosa!' Luiz voltou para sua oficina e avisou ao espectro do sambista: ele procurara o médium errado. 'Se é música, o senhor se enganou de sala.'

A matriarca, Zibia Gasparetto, vendeu mais de 5 milhões de livros e está há 10 anos na lista dos mais vendidos. Empatou com Luis Fernando Verissimo

Cenas assim são corriqueiras na família de Zibia Gasparetto. Aos 76 anos, ela é a grande dama da literatura transcendental no Brasil. Há dez anos freqüenta a lista dos mais vendidos no ramo dos livros esotéricos, religiosos e de auto-ajuda. Suas 24 obras, ditadas por espíritos dispostos a enviar ensinamentos aos vivos, venderam, no conjunto, mais de 5 milhões de exemplares. A façanha só foi superada pelo maior médium brasileiro, Chico Xavier, com seus 25 milhões, e por seu sucessor no mercado editorial, o baiano Divaldo Pereira Franco, que chegou à marca dos 7,5 milhões. 

Nesse mundo paralelo, o que diferencia Zibia é a inauguração de um novo gênero. Ela montou uma linha de produção de livros sem pretensões literárias, com toques de auto-ajuda e linguagem adaptada para quem não é iniciado no espiritismo. Conta histórias recheadas de diálogos, fala como uma tia sempre pronta a dar conselhos que ajudam a encarar dificuldades - e atrai chusmas de leitores de classe média. Com seu neo-espiritismo, Zibia vende mais que o humorista Ziraldo, cujos livros são indicados na rede escolar. E empata com Luis Fernando Verissimo. Na retaguarda desses romances açucarados em que a morte não é barreira para o amor verdadeiro, ela conta com uma família que - ao contrário dos espíritas puros - não tem pudores de ganhar dinheiro com a mediunidade. Entre psicografias, cursos e diálogos insólitos com fantasmas, os Gasparettos montaram um pequeno império.

POP STAR MEDIÚNICO 
''Buda era simplesmente um professor de auto-ajuda. Fazia a mesma coisa que eu faço. Se eu tenho o dom, por que não posso ganhar dinheiro com isso?'' LUIZ GASPARETTO, médium que ganha R$ 40 mil em um único dia de curso.

O clã do outro mundo é formado por quatro filhos de Zibia com o empresário Aldo Gasparetto. Todos são médiuns gabaritados, daqueles com alta capacidade de receber pessoas desencarnadas, como se prefere denominar os mortos nessa área. 'Pela informação que tive dos espíritos, eu e meus filhos nos reunimos antes de nascer para fazer um trabalho juntos', explica ela. O filho mais famoso, Luiz, de 53 anos, fez carreira internacional emprestando as mãos - e às vezes os pés - a gênios falecidos. Entre eles estariam nomes como Van Gogh e Picasso. 

Com um índice de produtividade de fazer inveja a qualquer artista vivo ou morto, já pintou mais de 30 mil telas.










O mais velho toca um curtume herdado do pai em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. A filha é o braço direito da mãe na editora.




 'É uma família meio doida', admite Zibia. 'É comum ficarmos conversando em casa sobre o que disse esse ou aquele espírito.'

O domingo em que o espírito de Orestes Barbosa teria passeado pelo casarão da família Gasparetto, por exemplo, nem seria lembrado não fosse ele ter atravessado o samba e se enganado de sala. Mesmo avisado do engano, o atrapalhado Orestes Barbosa deixou uns versos com o médium errado e se foi. Antes de terminar o domingo, ainda apareceu por ali Ataulfo Alves. 'Ele trouxe a melodia. Houve uma parceria mediúnica', garante Irineu. Não foi a primeira vez que Irineu diz ter composto músicas com medalhões da MPB. Em 1997, lançou um CD em parceria com várias almas ilustres. 

Obras psicografadas são mais antigas que Allan Kardec, o fundador da doutrina.
Mas, no Brasil, os Gasparettos inovam com um marketing espírita que inclui lançamentos de livros, CDs e fitas cassete, programas de rádio e TV, palestras e cursos. A matriarca fez uma opção clara pelo mercado a partir de 1995, quando se afastou da militância religiosa. Deixou o comando do centro espírita Os Caminheiros, que desenvolvia obras sociais na periferia de São Paulo e atendia mais de 1.000 pessoas por dia, para dedicar-se a uma editora própria, a Vida & Consciência, que se tornou uma das maiores do ramo no país. Só com a venda dos livros pode faturar R$ 17 milhões por ano, sem contar a gráfica, que presta serviço a editoras, como Siciliano e Saraiva.

Nada demais para quem vive num mundo capitalista, no qual acumular fortuna não é um sacrilégio, mas um dom. Para o espiritismo puro, porém, usar os 'seres de luz' com objetivo pecuniário equivale a usar um morto para ser muito vivo. Teoricamente, o escritor espírita é apenas um instrumento entre quem foi e quem fica, sem mérito nem pelo estilo nem pelo conteúdo da obra. Por isso, dizem os espíritas, ganhar dinheiro com esse tipo de livro é moralmente questionável. Chico Xavier nunca embolsou um tostão e o baiano Divaldo Pereira Franco doa o que ganha a instituições de caridade, vivendo da aposentadoria de R$ 980 como funcionário público. 'Espíritas têm de trabalhar com o suor do rosto para viver', defende Franco. 'Os bons espíritos mandam mensagens e não cobram nada. Se nos beneficiarmos desse dom, estaremos cometendo um crime.'

''Os espíritos me aconselharam a dedicar-me à divulgação das idéias. Eles me mandaram abrir uma gráfica e deixar outras pessoas assumirem as obras sociais''
ZIBIA GASPARETTO, justificando o abandono do centro espírita para se dedicar aos negócios

Para escapar das críticas sem perder os adeptos de sua linguagem simples, com tramas de suspense, Zibia define-se hoje como 'espírita independente'.

Transferiu a responsabilidade da opção pela livre iniciativa para os mortos. 'Os espíritos me aconselharam a dedicar-me à divulgação das idéias', justifica. 'Eles me diziam: 'Você precisa abrir uma gráfica'.' Pelo jeito, Adam Smith, Henry Ford e John Pierpoint Morgan devem ser algumas dessas almas inquietas, pois a estratégia deu certo. Zibia conquistou as grandes livrarias e as listas dos mais vendidos. Derrubou as muralhas da doutrina e abriu um filão no mercado que não pára de crescer. Na última Bienal do Livro em São Paulo, em 2002, por exemplo, uma pesquisa do Sindicato Nacional dos Editores mostrou que, entre 1.700 visitantes, os livros espíritas ficaram em segundo lugar como área de interesse. Só perderam para a categoria romance.

Zibia, enfim, captou bem as vibrações do mercado ao investir numa espécie de romance do Além. Perdeu fãs mais rigorosos, como a bancária Maria Bacchiega, que se tornou espírita depois de ler uma de suas obras antigas. 'Entrei na doutrina porque achava os livros dela muito bonitos, mas depois ela fugiu dessa linha e parei de comprá-los', critica. As baixas, no entanto, são compensadas pelo número crescente de novos leitores que, sem crença definida, buscam na possibilidade da vida depois da morte não um preceito filosófico, mas um alento para as dores deste mundo. 'Ela hoje pega mais leve nas causas espíritas que os outros autores, tem um estilo mais romanceado. Não sou espírita e gostei de seu lançamento mais recente, Tudo Tem Seu Preço', diz a webmaster Vera Moraes.

O filho Luiz foi o guia espiritual da família Gasparetto na transição da caridade para o business. Foi por influência dele que a família tratou de trocar a ortodoxia da doutrina pela individualidade da auto-ajuda - e chamou isso de 'metafísica'.

Ele também deixou de falar em mediunidade. Prefere 'sexto sentido'. No passado, Luiz já emprestou as cordas vocais ao impressionista francês Toulouse-Lautrec para que desse uma entrevista na TV Cultura. Mas hoje ele dá pouca atenção a espíritos de mestres como Leonardo da Vinci porque está dividido entre atividades mais rentáveis: cursos para platéias que chegam a mais de 3 mil pessoas e um programa na Rádio Mundial, em São Paulo. Contratado pela diretora Miriam Morato, é o apresentador mais importante da emissora. Em breve estreará na TV CBS, em UHF, e na NET. 'Se eu tenho dom, por que não vou ganhar dinheiro com isso?', desafia. 'O espiritismo é estruturado em cima do assistencialismo, que é um veneno. Achavam Chico Xavier lindo porque se sacrificava. Podem me odiar, mas ninguém vai se aproveitar de mim. Hoje não tenho religião.'

''O espiritismo é estruturado em cima do assistencialismo, que é um veneno. Achavam Chico Xavier lindo porque se sacrificava. Podem me odiar, mas ninguém vai se aproveitar de mim. Hoje não tenho religião'' LUIZ GASPARETTO

Luiz chega a ganhar R$ 40 mil em um único dia de curso e sonha em ser um pop star da auto-ajuda. Compra suas roupas em Los Angeles, onde mantém uma casa, gosta de novidades gastronômicas, só anda com motorista e aposta na imagem de self made-man. Está longe de ter a fama da mãe, mas tem se esforçado para ser seu herdeiro. Fiel aos preceitos divulgados em seus livros e cursos - 'O que conta é a idéia que a pessoa faz dela própria' -, difunde um excelente conceito de si mesmo. 'Sou a pessoa mais interessante que conheço', garante.

Longe das críticas, a família Gasparetto vive em alegre turbulência. Além dos cinco membros de carne e osso, há os respectivos espíritos que freqüentam o corpo de cada um. Curiosamente, eles respeitam o horário comercial para fazer contato, como convém a seres de luz evoluídos. 
Lucius, por exemplo, que ditou 18 dos 24 livros de dona Zibia, visita sua anfitriã de segunda a quinta-feira e foi um membro do parlamento inglês - uma das poucas revelações que deixou escapar sobre suas muitas encarnações. Trata-se de um espírito de temperamento reservado, que não gosta de falar do passado. 
Zibia, mulher de educação antiga, filha de um cafeicultor da região de Campinas que quebrou na crise de 1929, prefere não se meter na vida - opa! - do amigo celestial. 'É feio ficar perguntando, não gosto de constrangê-los.'

NEGÓCIOS
Pedro (à esq.) e Irineu (meio) administram um curtume em Mogi das Cruzes e a Fundação Aldo Gasparetto, que profissionaliza 25 jovens carentes. Pedro vê e ouve os espíritos. Irineu 'recebe' letras e melodias de grandes nomes do além-samba. Em nome deles, gravou seleções em CD (à esq.)


Luiz tem como visitante mais assíduo de seu corpo esculpido por horas de balé e biodança um caboclo mineiro chamado Calunga. Sem dentes, descalço e vestido de linho bege, ele é 'um fantasma meigo e violentamente sábio'. Em meio à série Calunga, composta de dez fitas cassete com orientações espirituais, estão títulos como Tá Tudo Bão e Sentado no Bem. Calunga incorpora em Luiz durante os programas de rádio e apresenta aos ouvintes 'as mais belas e elevadas verdades da vida'. A maior das revelações 'na perspectiva dos desencarnados' é: 'O importante é ter paz no coração'.

'Os bons espíritos não cobram nada e são eles os autores. Se nós nos beneficiarmos, estaremos cometendo um crime''

DIVALDO PEREIRA FRANCO,apontado como o sucessor de Chico Xavier e já vendeu 7,5 milhões de livros. Vive de sua aposentadoria.

Irineu, o músico, é mais tímido. A família descobriu que ele era intérprete mediúnico dos mestres falecidos em uma festa. De repente, ele mudou de fisionomia e murmurou canções. Logo fazia shows incorporando estrelas do além-samba. 'E eu nem curtia música brasileira. Gostava era de Beatles e Elvis', diz. Os gringos até apareceram para ditar alguns versos. Mas não deu muito certo. 'Meu inglês é muito ruim', desculpa-se o médium. Nessas ocasiões, ele recebe a ajuda do irmão, poliglota. Numa delas, apareceu John Lennon. 'Levei um susto, o cara estava em meu quarto', conta Luiz. Dia desses apareceu Dolores Duran, a musa que, aos 29 anos, chegou em casa ao amanhecer e disse à empregada: 'Estou cansada. Vou dormir até morrer'. Mulher de palavra, teria restado à cantora mandar suas composições por Irineu. O médium anotou os versos e mostrou ao irmão. 'Se essa é Dolores, piorou muito', disse Luiz, em um dos raros momentos de crítica às almas.

Até 1950, a família era tradicional, pacata mesmo. Aldo Gasparetto, um ex-seminarista, era representante comercial. Zibia, que trabalhou num banco até se casar, era católica distraída. A vida de classe média transcorria sem sobressaltos, dois filhos crescendo com saúde, quando Zibia saltou da cama e saiu andando num passo de homem, discursando em alemão. O marido demonstrou possuir nervos titânicos. Nem correu. Apenas chamou a vizinha, espírita. Depois de uma oração, Zibia voltou ao normal. 'Aldo ficou preocupado porque eu não era dada a chiliques', conta. 'Aparentemente era uma pessoa normal, equilibrada.' Em busca de respostas, os Gasparettos mergulharam na doutrina espírita. Zibia estudou até a 4a série, mas lia desde os 5 anos. Fã de Agatha Christie, escrevia contos policiais. Acabou dedicando-se a outros mistérios pelas mãos de Lucius, que se revelou um espectro fiel, mas lento. Levou cinco anos para ditar o primeiro livro, O Amor Venceu. Hoje, com as novas necessidades do mercado editorial, aumentou a produtividade para cerca de um romance por ano. Aldo Gasparetto morreu do coração, em 1980. Os filhos dizem que aparece para dar palpites sobre a administração dos bens. Como nos romances de Zibia, a morte não é barreira para o amor. Nem para os negócios. 

Com quase 40 anos de carreira, Zibia Gasparetto tornou-se a mais bem-sucedida escritora brasileira. Desde 1965 vendeu mais de 5 milhões de livros


ANO
LIVRO
VENDAGEM
1965
O Amor Venceu
420 mil
1968
O Morro das Ilusões
300 mil
1982
Bate-papo com o Além
100 mil
1984
O Matuto
260 mil
1985
Esmeralda
230 mil
1986
Entre o Amor e a Guerra
210 mil
1986
Pedaços do Cotidiano
120 mil
1987
O Mundo em que Eu Vivo
80 mil
1987
Laços Eternos
590 mil
1988
O Fio do Destino
190 mil
1988
Voltas que a Vida Dá
210 mil
1989
Espinhos do Tempo
180 mil
1992
Quando a Vida Escolhe
240 mil
1993
Somos Todos Inocentes
20 mil
1995
Pelas Portas do Coração
250 mil
1996
A Verdade de Cada Um
230 mil
1996
Sem Medo de Viver
260 mil
1997
Pare de Sofrer
120 mil
1998
Conversando Contigo!
50 mil
1998
O Advogado de Deus
210 mil
1999
Quando Chega a Hora
19 mil
2001
Ninguém É de Ninguém
340 mil
2001
Quando é Preciso Voltar
200 mil
2002
Tudo Tem seu Preço
220 mil
 
Chegou ao recorde pessoal de concluir seis obras em apenas 15 minutos. Irineu, de 50 anos, é uma compilação ambulante da MPB. Incorpora várias gerações de sambistas, de Catulo da Paixão Cearense a Pixinguinha. Os outros dois filhos, Pedro, de 55 anos, e Silvana, de 45, vêem e ouvem espectros conversadores, mas preferem se dedicar à administração dos negócios. 


AUDIÊNCIA -Os cursos de Luiz são freqüentados por pessoas de classe média

Luiz Gasparetto faz programas na TV e no rádio, às vezes incorporado pelo espírito do mulato Calunga (terceira foto da esq. para dir.), faz shows (primeira foto à esq.), escreve livros de auto-ajuda (foto à dir.) e pinta quadros inspirados pelos grandes mestres, como o atribuído a Leonardo da Vinci (segunda foto da esq. )







REVISTA ÉPOCA
ARTIGO.: A FAMÍLIA DO ALÉM
Matéria: “O Fenômeno Gasparetto. Conheça a família que transformou o Espiritismo e a mediunidade num negócio milionário.”
Por.: Solange Azevedo e fotos de Maurilo Clareto
COLABORARAM TIAGO CORDEIRO E ROSÂNGELA BAÍA
Edição 261 – 28/05/2003

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