A soberania das nações esfacelava-se sob o vigor das
tropas que as submetiam à condição de vergonha.
Os bárbaros, que se destacavam pela violência e se notabilizavam
pelo vigor das glórias conseguidas nos campos de batalha, escravizavam os
filósofos.
A
espada silenciava o pensamento.
O
direito da força predominava, estiolando a grandeza do direito à vida, ao amor,
à fraternidade.
A
liberdade fizera-se apanágio dos poderosos, que se compraziam em vilipendiar e
destruir, violando todas as conquistas do gênero humano.
O
medo abraçava a bajulação, e a urdidura da intriga e do crime selecionava
aqueles que tinham o direito à vida e ao gozo, sempre, no entanto,
transitórios, de alto preço.
É
nesse clima sócio-político-moral que nasceu Jesus.
Em
pleno fastígio do império de Augusto, Ele surge no silêncio de uma noite fria e
inicia a Era da Paz.
Com
Ele surgem a esperança e a liberdade, os direitos humanos e a glória da
imortalidade.
Quando
alcança a idade da razão, altera a marcha da História e insculpe, nos metais
das vidas, os indestrutíveis símbolos do amor e da felicidade.
Instala
o reinado da ternura e estabelece a diretriz do perdão, como elementos
indispensáveis à vivência ditosa.
Protótipo
da coragem, faz-se Homem Integral e Cósmico, ensinando a resistência ao mal e a
utilização da humildade em detrimento da opressão e da soberba da violência.
Liberta
todos aqueles que O buscam, mesmo que aparentemente estejam submissos e
escravizados.
Jesus
é o Herói de todas as batalhas, que verte suor e sangue, doando-se em
holocausto vivo, que abala a consciência dos tempos.
*
Estes
são outros tempos, não muito diferentes daqueles, os tempos nos quais Ele
nasceu.
Há
também predomínio da força e esmagamentos dos ideais, ganância e loucura nos
quais os homens se locupletam, vitimados em si mesmos.
Não
obstante, há glórias do amor e do sacrificio, da abnegação e da renúncia.
Milhões
de vidas que se estiolam na fome, na miséria moral e econômica, aguardam que
Jesus volte a nascer, a fim de poderem respirar e viver, adquirindo a dignidade
que lhes tem sido negada pelos enganados-enganadores, ora guindados ao poder
temporal.
Imprescindível
que cada homem se pergunte o que tem sido feito em favor de si mesmo, no
sentido da sua realidade eterna e em relação ao seu próximo.
Não
seria o momento próprio para que, por tua vez te indagues se Jesus já nasceu no
teu coração e cresceu na tua vida, alterando as tuas e as estruturas da
sociedade para melhor?
Se
tal ainda aconteceu, utiliza-te deste Natal e deixa-O renascer nas paisagens do
teu mundo íntimo, a fim de que o reino de paz tenha início, de imediato, no
país do teu coração, alargando-se por toda a Terra, e gerando o clima de
felicidade para todos.
FRANCO,
Divaldo Pereira. Vigilância. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. cap. 20.
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