quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A Abordagem Espírita da Depressão - 06

     
      A depressão é um sintoma que nos diz que não estamos amando como deveríamos.

      O caminho para sairmos dela é preencher este vazio com a recuperação da autoestima e do amor em todos os sentidos. Primeiro, procurando nos conhecer e nos analisar, com o intuito de nos descobrirmos, sem nos julgarmos, sem nos punirmos ou nos culparmos. E depois, nos aceitarmos como somos, com todas as nossas limitações, mas sabendo que temos toda a potencialidade divina dentro de nós, esperando para desabrochar como sementes de luz. Isto nada mais é do que desenvolver a fé em si e no Criador, sentimento este que transforma e que nos liga diretamente a Deus.

      Uma pessoa consciente de sua riqueza interior passa a ter segurança e fé nas suas potencialidades infinitas, começando a gostar e acreditar em si, amando-se e a partir de então, sentindo necessidade de expandir este sentimento a tudo e a todos. Começa assim a se despertar para os verdadeiros valores da vida espiritual, transformando-se numa pessoa feliz e sorridente, pois onde existe uma pessoa carrancuda há algo de errado; o seu semblante sombrio está ligado e demonstra um ser doente. Sorria e seja feliz amando e servindo sempre.

     A terapia contra a depressão se baseia no amar e no servir, se envolvendo em trabalhos úteis e no serviço do bem. Seja no trabalho profissional, no trabalho do lazer, ou no trabalho de servir ao próximo, o indivíduo se ocupa e exercita o amor, e deixa de se envolver com as lamentações, pois a infelicidade faz seu ninho no íntimo dos sentimentos de cada um. Dificilmente conheceremos um deprimido entre aqueles que trabalham a serviço do bem.

      Para doarmos este amor, não basta somente fazermos obras de caridade, temos que nos tornarmos caridosos; antes de fazermos o bem temos que ser bons. Darmos um pão, um agasalho, mais junto disto colocarmos uma boa dose de afeto e carinho. Acima de tudo ser generosos, que é a caridade do afeto. As pessoas estão com fome de amor, de calor humano, de um ombro amigo, um abraço, um aconchego e uma palavra de carinho.

      Às vezes, com um simples sorriso, um bom dia, um olhar afetuoso, nós estamos doando a energia e transmitindo a vida.

      O homem alcançou um enorme progresso intelectual, satisfazendo suas necessidades materiais com os avanços tecnológicos. Porém, ainda se depara com enormes dificuldades na convivência fraterna com o seu semelhante. Estamos cada vez mais próximos um dos outros através dos meios de comunicação e, no entanto, mais afastados emocionalmente. Agora, o homem está sentindo a necessidade premente de desenvolver a afetividade, de se envolver, amar e sentir o seu semelhante.

      Temos que ressuscitar e liberar a criança que está esquecida dentro de nós. Para resgatarmos esta criança que adormece em nós, é necessário que vejamos o mundo de forma positiva e otimista. A nossa criança interior, geralmente se encontra retraída e oprimida, porque a vida nos apresenta de forma desagradável; ainda não vivemos de forma natural, espontânea, e isto, gera ansiedade e sofrimento. Como a criança é movida pelo prazer ela se recolhe e não se manifesta.

      A criança não se julga e não se pune. Ela apenas vive o hoje, o momento de agora, integrada perfeitamente a Deus e à natureza. “Deixai vir a mim as criancinhas porque o reino dos céus é de quem vos assemelham”. – com estas palavras quis Jesus dizer que teremos que ser puros, autênticos, integrados com a nossa natureza divina, sem fugas ou máscaras, para alcançarmos a nossa evolução espiritual. Ter atitudes, como lidar com animais, brincar com crianças, atividades criativas como a pintura, tocar um instrumento, fazer pequenas tarefas domésticas, cozinhar, manter uma conversa amena, contar um caso, ver um bom filme, escutar uma música, cantar, sorrir, ouvir com atenção, olhar com ternura, tocar as pessoas, abraçar, fazer um elogio sincero, curtir a natureza, admirar o pôr do sol, etc. Estas são tarefas que muito nos ajudará a reencontrarmos o equilíbrio e a harmonia interior.

      Manter sempre o bom humor. Aquele que tem no ideal de servir uma meta de vida, será sempre uma pessoa feliz. Na vida o que mais importa é o amor e o bem querer das pessoas e viver suas emoções; não se deixar afetar por coisas pequenas. Muitas vezes nos deixamos abater por problemas que se olharmos com olhos de Espíritos eternos em passagem pela Terra, não valorizaríamos o fato ou o acontecimento na vida.

      Substituir sentimentos de autopiedade por vibrações em favor dos que sofrem. Se olharmos com atenção e interesse ao nosso redor veremos que existem pessoas com problemas muito piores, que os nossos a pedir socorro.

      Procurar praticar atividades físicas regulares, como a caminhada, um esporte, um lazer. A mente parada começa a criar pensamentos negativos, que se assemelham a lixos amontoados dentro de casa. Com estas atividades, você estará desviando sua mente destes pensamentos deletérios.

      Tornar-se empreendedor, dinâmico, criando idéias novas e construtivas em benefício dos semelhantes com motivação para implementá-las, junto ao grupo ou a comunidade que pertence. Não fique estagnado esperando que as coisas aconteçam em seu favor. Aja em favor do próximo e não se surpreenda se você for o mais beneficiado.

      Leituras edificantes, uma conversa com um amigo, um terapeuta ou um orientador espiritual ajuda a você a ver o problema por outro ângulo. Ou um diálogo fraterno em uma instituição Espírita Kardecista.

      A oração é um recurso indispensável no processo da recuperação. Através dela estabelecemos sintonia com a Espiritualidade Maior, facilitando o caminho para que nos inspirem e revigorem nossas energias. Não nascemos para sofrer. A vontade de Deus é a nossa alegria e a nossa felicidade. Se sofrermos é por nossa causa. Os nossos problemas e nossas dificuldades devem ser interpretadas como instrumentos para nossa evolução.

     Nunca devemos nos deprimir ou nos revoltar contra eles. O melhor aprendizado é aquele que tiramos de nossa própria vida.

      O Vocábulo “crise” em algumas línguas pode ter dois significados: a oportunidade ou perigo. Oportunidade de crescimento ou perigo de queda.

      O que importa é sabermos que os problemas que deparamos na vida só surgem quando já temos condições de solucioná-los. Como disse o Mestre Jesus: “O Pai não coloca fardos pesados em ombros fracos.” Deste modo, ficamos mais fortes ao saber que temos todas as condições interiores, para enfrentar as dificuldades que a vida nos apresenta.

      Ter consciência, que acima de tudo, tem um Deus maior a zelar por nós e que nunca nos abandona. Confiar em Jesus e seguir seu exemplo de vida: “Eu sou o Bom Pastor; tende bom ânimo; não se turbe o vosso coração; vinde a mim vós que andais afadigados, cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.”.


      Uma das causas do suicídio é o indivíduo se achar impotente e fraco para enfrentar suas dificuldades. Ele se julga inferior, incapaz, vítima da sociedade, desprezando a força que tem. Aí os problemas passam de uma dimensão para uma muito maior, e ele se vê impossibilitado para resolvê-los.

      Segundo esta linha de raciocínio, não existe pessoa “fraca” a ponto de não suportar um problema, que ele julga, de certa forma, demasiado para si. O que de fato ocorre é que esta criatura não teve força de mobilizar a sua vontade própria para enfrentar aquele desafio. Preferiu fugir, acreditando poder se libertar daquela situação. Só que não irá conseguir, pois a morte é apenas uma mudança de estado vibratório.  A pessoa continua sendo a mesma, com os mesmos sentimentos e os mesmos problemas.

      O mais grave é que o suicida acarreta danos ao seu perispírito. Quando voltar a reencarnar, além de enfrentar os velhos problemas ainda não solucionados, terá por certo, acrescido a necessidade de reajustar à sua lesão perispiritual.

      Devemos ter a vontade firme de eliminar o mal interno da depressão e os vários caminhos que podem ser percorridos: O tratamento medicamentoso (às vezes necessário), trabalho espiritual incluindo a desobsessão, a água fluidificada, passes magnéticos, o trabalho beneficente, mudança de atitude mental, etc.
      Após iniciado o processo de recuperação é necessário que nos tornemos vigilantes, pois é muito comum a melhora cíclica da pessoa com altos e baixos. ”Vigiai e orai”. É importante aproveitar os períodos de melhora para empreendermos trabalhos edificantes no bem consolidando as conquistas já efetuadas.

      Uma coisa fundamental que devemos ter consciência é que ninguém e nada tem a capacidade de nos fazer infelizes se não quisermos. O centro de gravidade do nosso equilíbrio psico-emocional tem que estar localizado dentro de nós e não nas coisas exteriores.

      Não se deve condicionar a sua felicidade a algo que aconteça ou esperar que alguém o faça feliz. Estando com o seu centro de equilíbrio estável, se amando e aceitando como você é e passa a viver o agora e aceitar as pessoas e circunstâncias como elas são. Além disto, passamos a ver as qualidades do outro e não os seus defeitos, pois, geralmente vemos o outro como um reflexo do nosso estado íntimo.

      Finalmente, damos mais algumas dicas para você: Esforce-se vez que a cura depende muito de você; cresça emocional e psicologicamente, adquirindo uma maior maturidade; saia do comportamento, apenas, materialista, crie você à robustez de sua espiritualização; não tenha nenhum sentimento de perda, este possui uma forte ligação com o passado; por favor, elimine de você qualquer sentimento de culpa; liberte-se da obsessão espiritual através de um tratamento, este tratamento modifica a sua maneira de viver, retira de você um grande fardo; procure um médico especialista, um psicólogo e, finalmente, uma Instituição Espírita, para um tratamento espiritual; aprenda a realizar a prece no Lar, o chamado culto do Evangelho no Lar, para isto, peça orientação na casa Espírita; procure conviver melhor com a sua família, paz no Lar, paz no mundo; amplie os círculos de amigos; trabalhe com alegria; vigie os seus pensamentos, educando-os e, se, possível, orando bastante; compreenda que estamos em um mundo de provas, portanto, a dor ainda existe para o nosso burilamento espiritual; repita sempre palavras e pensamentos otimistas de alegria íntima; saia de você para a prática da Caridade em favor do deu semelhante. Desta forma, sairemos destes estados enfermiços aumentando a nossa saúde no caminho da plenitude e da Paz.

      Portanto, não aceite o convite para sofrer, que venha de outra pessoa ou de você para você mesmo. Proteja-se. Emita como já falamos pensamentos bons. Faça a já citada Caridade Moral que significa: A Benevolência a Indulgência e o Perdão.

      Nada pode abalar aquele que alcançou o Amor, a Paz, a Harmonia interior e, sobretudo, a Fé no poder de Deus. VENÇA E FUJA DA DEPRESSÃO HOJE E SEMPRE.

UMA HOMENAGEM AO CODIFICADOR ALLAN KARDEC NO ANO DO SEU BICENTENÁRIO. SALVE KARDEC.

BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan – Evangelho Segundo o Espiritismo -2ª. Edição-FEB-Cap. V, Item 25.
FRANCO, Divaldo Pereira – O Homem Integral - 3ª. Edição – Livraria Espírita Alvorada.
XAVIER, Francisco Cândido – Missionários da Luz –FEB- 21ª. Edição.
XAVIER, Francisco Cândido – O Consolador –FEB – 13ª. Edição.
REVISTA Espírita Allan Kardec – Ano X n° 37
ADE, Sergipe – Pesquisa.
LOPES, Wilson Ayub (Dr.) – Boletim da Associação Médico Espírita do Estado do Espírito Santo - Brasil
SILVA, Marco Aurélio (Dr.) – Editora Best Seller

Por.: João Batista Cabral (É Presidente da ADE-Sergipe- Jornalista Radialista. E-mail: jomcabral@brabec.com.br/ SITE: SITE ADE-SERGIPEAracaju. Sergipe. Brasil (Em: 06.01.2005).

Hospital Espiritual do Mundo agradece os irmãos do  SITE ADE-SERGIPE pelo artigo que engrandeceu este espaço de aprendizagem e encontros Sagrados.
Se deseja compartilhar e divulgar estas informações, reproduza a integralidade do texto e cite o autor e a fonte. Obrigada. Hospital Espiritual do Mundo.

NOTA.: As imagens usadas neste site foram tiradas da net sem autoria das mesmas. Caso alguém conheça o autor das imagens, agradeceremos se nos for comunicado, para que possamos conferir os devidos créditos. Grata, Esperança.

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