Com isso começamos a entender o porquê das aflições: se Deus é soberanamente justo, toda aflição, todo sofrimento que temos é justo, pois só o temos porque Ele permite. Se Deus é soberanamente bom, não sofremos porque Ele o quer, mas sim como consequência dos nossos próprios atos.
É exatamente esta a explicação que nos dá a Doutrina Espírita em dois de seus postulados básicos, a lei de causa e efeito e a reencarnação. A lei da física segundo a qual toda ação gera uma reação de idêntica potência tem uma aplicação em nossas vidas e em nossos atos maior do que imaginamos. Sempre que praticamos atos maus, prejudicando nossos semelhantes, produzimos sobre nós os mesmos efeitos, assim também quando falamos ou simplesmente pensamos o mal. Mas – aí o aspecto positivo –, tudo o que fizermos de bom, que seja benéfico às outras pessoas, a nós retorna com as mesmas características.
Desse modo, se sofremos é porque, em nossas próprias ações, infringimos as leis divinas ou naturais, bem sintetizadas por Jesus Cristo ao nos recomendar amar ao nosso próximo como a nós mesmos.
No entanto, não devemos acreditar que nossos sofrimentos atuais são decorrência pura e simplesmente de nossas encarnações passadas. Allan Kardec, no Capítulo V de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", bem nos mostra que a quase totalidade de nossas dores são consequências de nossos atos nessa mesma encarnação em que ora transitamos (item 4). Pondera o Codificador, em diversos exemplos, quantos estão endividados porque não sabem viver com quanto ganham? Quantos os casamentos fracassados porque os cônjuges deixam de dialogar e se perdoar em acontecimentos insignificantes? Quantas doenças seriam evitadas se as pessoas não cometessem excessos de alimentação, ou se abandonassem vícios perniciosos como o álcool e o fumo? Quantos os filhos que seguem o caminho do vício porque os pais, no momento adequado, na infância, deixaram de lhes dar limites e os ensinar por bons exemplos?
Assim, se estamos sofrendo e olharmos com honestidade para dentro de nós mesmos, certamente constataremos que a causa desse sofrimento está em ações passadas por nós praticadas, quase sempre na atual encarnação.
Isso, entretanto, não significa que devemos simplesmente nos deixar sofrer sem nada fazer por nosso bem estar.
A dor física nos mostra que algo não está bem em nossa saúde: procuramos o médico, fazemos o tratamento adequado e recompomos o nosso bem estar. A aflição, a seu turno, demonstra-nos que estamos tomando caminhos errados em nossa vida e que temos que corrigir o curso.
A aflição, o sofrimento são como o despertador na madrugada: serve apenas para nos acordar, logo após o desligamos. Assim como não há quem deixe o despertador ligado o dia inteiro, devemos simplesmente "acordar" diante do sofrimento e, sem seguida, fazer o que seja necessário para "desligá-lo", corrigindo as ações equivocadas que nos fazem sofrer.
E a Doutrina Espírita está aí, justamente, para nos auxiliar a descobrir o que está errado em nossa vida e a retomar o correto caminho. Para nos lembrar que todos os recursos da Espiritualidade Superior estão à disposição de todos nós. Os bons espíritos sempre tentam nos influenciar para o bem, nós é que os impedimos quando nos fixamos em aspectos negativos, como egoísmo, orgulho, medo, raiva, rancor.
É urgente, portanto, que olhemos para dentro de nós mesmos e reflitamos sobre por que estamos sofrendo, a fim de mudar de atitude, aproveitando o que de bom nos proporciona a Doutrina Espírita em matéria de reflexão e oportunidades de praticar o bem, tornando-nos felizes pura e simplesmente por estarmos cumprindo a lei maior que nos recomenda fazer ao próximo o que gostaríamos que a nós fosse feito.
Concluímos com Joanna de Ângelis em sua belíssima obra "Iluminação Interior" (psicografia de Divaldo Pereira Franco, cap. 18), ao nos dizer que não sofrer é uma pretensão utópica no atual estágio de evolução da Humanidade. No entanto, muitos sofrimentos podem ser modificados se as pessoas compreenderem por que eles existem e alterarem sua conduta diante deles, dispondo-se à renovação, pois a felicidade "não é ausência de dor, mas a perfeita compreensão da sua finalidade".
Atualmente, o corpo de matéria quintensenciada recebe, na terminologia
espírita, o nome de períspirito (Peri - ao redor de, envolta de) ou corpo
fluídico; mas ele é conhecido desde a antigüidade: foi definido como corpo
sutil e etéreo por Aristóteles e chamado de corpo espiritual pelo Apóstolo
Paulo.
O períspirito liga o espírito à matéria, servindo de intermediário entre o espírito e o corpo material, transmitindo ao espírito as impressões do corpo e comunicando ao corpo as vontades e emoções do espírito.
Mediante um metabolismo psíquico complexo e sutil, através do períspirito o espírito guarda a memória de suas múltiplas encarnações; ele também proporciona ao corpo físico, desde a concepção, as carências e os recursos físicos e mentais adequados a cada encarnação.
O períspirito liga o espírito à matéria, servindo de intermediário entre o espírito e o corpo material, transmitindo ao espírito as impressões do corpo e comunicando ao corpo as vontades e emoções do espírito.
Mediante um metabolismo psíquico complexo e sutil, através do períspirito o espírito guarda a memória de suas múltiplas encarnações; ele também proporciona ao corpo físico, desde a concepção, as carências e os recursos físicos e mentais adequados a cada encarnação.
O envoltório semi-material do espírito preexiste ao corpo físico e sobrevive a ele, conservando a individualidade do ser. Assim, quando do desencarne, o períspirito se desprende do corpo material e continua a servir ao espírito.
O corpo fluídico vai se tornando mais etéreo, mais sutil, à medida que o espírito evolui. Os espíritos inferiores tem um períspirito mais grosseiro, chegando, muitas vezes, quando do desencarne, a confundi-lo com o corpo material, podendo, por esse motivo, experimentar sensações semelhantes às de frio, fome, sede, calor.
TÍTULO: Causas das Aflições
Fontes:
Estudos Espíritas - Divaldo P. Franco/Joanna de Ângelis - Editora FEB
Iniciação ao Espiritismo -
Terezinha Oliveira - Editora EME
Revista Internacional de
Espiritismo - Abril de 2001 - Casa Editora O Clarim
O HOSPITAL ESPIRITUAL DO MUNDO agradece os irmãos do SITE AUXILIO
FRATERNIDADE, pelo artigo que engrandeceu
este espaço de aprendizagem e encontros Sagrados.
Se deseja compartilhar e divulgar
estas informações, reproduza a integralidade do
texto e cite o autor e a fonte. Obrigada.
HOSPITAL ESPIRITUAL DO MUNDO
NOTA.: As imagens usadas neste site foram tiradas da net sem autoria das mesmas. Caso alguém conheça o autor das imagens, agradeceremos se nos for comunicado, para que possamos conferir os devidos créditos. Grata, Esperança
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não se Preocupe! Os comentários aparecerão em breve.