segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

PEDINDO ESMOLA PARA ENTERRAR O EX-PATRÃO


Chico levantara-se cedo e, ao sair, de charrete, para a Fazenda, encontra-se no caminho com o Flaviano, que lhe diz: 
-Sabe quem morreu? 
-Não!... 

O Juca, seu ex-patrão. Morreu na miséria, Chico, sem ter o que comer... 
-Coitado!  E Chico tira do bolso um lenço e enxuga os olhos. 
-A que horas é o enterro? 
Creio que vão enterrá-lo a qualquer hora, como indigente, no Caixão da Prefeitura, isto é, norabecão... 
Chico medita, emocionado, e pede: 

-Flaviano, faça-me um favor: vá à casa onde ele desencarnou e peça para esperarem um pouco. Vou ver se lhe arranjo um caixão, mesmo barato. 
Flaviano despede-se e parte. 

Chico desce da charrete. Manda um recado para seu Chefe. 
Recorda seu ex-patrão, figura humilde de bom servidor, que tanto bem lhe fizera. E alí mesmo, no caminho, envia uma prece a Jesus: 

"Senhor, trata-se de meu ex-patrão, a quem tanto devo; que me socorreu nos momentos mais angustiosos; que me deu emprego com o qual socorri toda a família; que tanto sofreu por minha causa. 
Que eu lhe page, em parte, a gratidão que lhe devo. Ajude-me, Senhor". 

E, tirando o chapéu da cabeça e virando-o de copa para baixo, à guiza de sacola, foi bater de porta em porta, pedindo uma esmola para comprar um caixão para enterrar o extinto amigo. 

Daí a pouco, toda Pedro Leopoldo sabia do sucedido e estava perplexa  se não comovida com o ato de Chico
Seu pai soube e veio ao seu encontro, tentando demovê-lo daquele peditório...
-Não, meu pai, não posso deixar de pagar tão grande dívida a quem tanto colaborou conosco. 

Um pobre cego, muito conhecido em Pedro Leopoldo, é inteirado da nobre ação do Chico, a quem estima.
 Esbarra-se com ele: 
-Por que tanta pressa Chico

-Meu Nêgo, estou pedindo esmolas para enterrar meu ex-patrão. 
-Seu Juca!? Já soube. Coitado, tão bom!  Espere aí, então, Chico.
 Tenho aqui algum dinheiro que me deram de esmola ontem e hoje. 
E despejou no chapéu do Chico tudo o que havia arrecadado até alí...
Chico olhou-lhe os olhos mortos e sem luz. Viu-os cheios de lágrimas. Comoveu-se mais. 

-Obrigado, meu Nêgo! Que Jesus lhe pague o sacrifício. 
Comprou com o dinheiro esmolado o caixão. 
Providenciou o enterro. Acompanhou-o até o cemitério. 

E já tarde, regressou à casa. 
Tinha vivido um grande dia. 
Sentou-se à entrada da porta

Lá dentro, os irmãos e o pai, observavam-no comovidos. 
Em prece muda, agradece a Jesus. 
Emmanuel lhe aparece e sorrí. O sorriso de seu bondoso Guia lhe diz tudo. 

Chico o entende. 
Ganhara o dia, pagara uma dívida e dera de sí um testemunho de humildade, de gratidão e de amor ao Divino Mestre.

Se deseja compartilhar e divulgar estas informações, reproduza a integralidade do texto e cite o autor e a fonte. Obrigada. Hospital Espiritual do Mundo

NOTA.: As imagens usadas neste site foram tiradas da net sem autoria das mesmas. Caso alguém conheça o autor das imagens, agradeceremos se nos for comunicado, para que possamos conferir os devidos créditos. Grata, Esperança.

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