A DIFICULDADE DE LIDARMOS COM A PERDA
DO NOSSO MELHOR AMIGO DE 4 PATAS E A INCAPACIDADE DE ALGUMAS PESSOAS PERCEBEREM
ESTE SENTIMENTO!!
Todos os animais morrem e, devido à
curta esperança média de vida que têm em relação aos humanos, é frequente os
tutores terem de enfrentar a perda de um ou mais animais de estimação.
Por se tratar de um animal, a pessoa
muitas vezes questiona-se sobre se tem direito a fazer o luto.
Os animais de estimação partilham a
nossa vida durante anos.
Contamos com eles para apoio, pois
não criticam nem julgam; para aliviar o stress, pois estão sempre prontos para
a brincadeira; e não há nada melhor do que um afago, depois de um dia que não
correu tão bem.
É por estas razões que os humanos se
apegam aos animais, criando laços profundos de companheirismo.
São âncoras com quem podemos sempre
contar, até ao dia em que por acidente ou por doença deixam de estar entre nós.
SOFRER, OU NÃO SOFRER
Um animal não é uma pessoa, mas é
normal sofrer com a morte de um ser com quem partilhou a vida durante 5, 10 ou
mesmo 20 anos.
Os tutores têm o direito de sofrer
com a morte do seu animal, independentemente da opinião da vizinha, do familiar
ou do colega de trabalho.
Por vezes os tutores de animais de
estimação sentem que não têm “permissão” para chorar abertamente a morte do seu
animal, seja porque o valor do seu animal é depreciado por outros, ou seja
porque os outros nunca passaram por essa situação.
O mais importante é saber que não
precisa da autorização de alguém para poder chorar o seu animal.
Procure pessoas que estejam a passar
pela mesma situação e desabafe. Em casa, não se iniba de falar e chorar em
frente a outros adultos.
Ninguém lhe pode dizer ao certo
durante quanto tempo se sentirá triste, pois o processo de aceitação depende de
cada um.
Existem contudo cinco etapas ligadas
à perda de um ente querido:
Negação, choque, isolamento
Geralmente ocorre quando o animal
ainda está vivo, mas encontra-se já em fase terminal.
Os tutores têm dificuldade em aceitar
a morte do animal e evoluem para um estado de choque quando a morte
efetivamente ocorre.
Sentem-se fora da realidade e não
conseguem perceber que o animal já não está efetivamente entre nós.
RAIVA
Assim que se apercebem da realidade,
os donos sentem-se zangados e disparam sentimentos de raiva em várias direções.
Pode-se sentir traído pelo próprio
animal, que o abandonou, pelos membros do resto da família, que não expressam
os sentimentos da mesma forma, pela sociedade, pelo veterinário e até mesmo por
Deus.
Apesar de racionalmente a raiva
indiscriminada não ter lógica, emocionalmente os donos não conseguem deixar de
se sentirem zangados.
CULPA
A culpa é frequente nos casos em que
um ente querido falece.
Começamos a supor tudo e mais alguma
coisa:
“E se tivéssemos consultado mais
opiniões profissionais”;
“E se lhe tivesse dado mais atenção”
etc.
Quando se trata de um animal de
estimação, a culpa é recorrente, pois o dono é responsável por ele e é ele quem
toma todas as decisões que influenciam de forma determinante a vida do animal.
Assim, o tutor sente-se também
responsável pela sua morte.
Também muito comum é o sentimento “Se
eu tivesse passado mais tempo com ele” ou pactos secretos como “Se eu fizer
isto, o meu animal volta para mim”.
Os casos em que a decisão de
eutanásia foi colocada, independentemente de ter sido ou não aceite, gera um
sentimento de culpa no dono que se questiona se terá agido da melhor forma,
quer por ter terminado o sofrimento do animal, quer por ter insistido no
tratamento.
DEPRESSÃO
É natural ficar triste quando morre
um ente querido, mas a depressão é um estado psicológico que deve ser
acompanhado por um médico.
Muitas vezes esta fase caracteriza-se
apenas por momentos de tristeza, que não chegam a tornar-se depressões.
Esta fase pode terminar quando
sentimos que há outros que partilham a nossa dor.
RECUPERAÇÃO
A recuperação é pautada pela
aceitação da morte como algo que aconteceu e sobre o qual não temos poder de
alterar.
Implica encarar a vida tal como ela é
e seguir vivendo.
Não é uma altura de sorrisos ou
momentos felizes, é antes marcada pelo regresso da calma e paz.
Estas fases podem não se suceder e o
dono pode saltitar entre estes estados de alma.
Pode inclusive não experienciar todas
as etapas.
Momentos pontuais podem atirar o dono
em recuperação para uma destas fases novamente, tais como o aniversário do
animal de estimação ou outras mortes, por exemplo.
O processo de luto difere de
indivíduo para indivíduo, daí que a recuperação tenha de partir da própria
pessoa e não de forças externas.
RECORDAÇÕES
Seguir em frente não implica esquecer
o seu animal.
Por vezes, “arrumar as ideias” ajuda
a ultrapassar esta fase.
Pode fazer um álbum de fotografias
para guardar ou enterrar no jardim, numa espécie de funeral simbólico, já que a
maioria dos animais são cremados.
Com isso pode fazer um memorial ao
animal. Muitos donos optam por plantar árvores a quem atribuem o símbolo do
animal.
Para dar um tom mais positivo num
momento triste, pode doar algum dinheiro a instituições de recolha de animais,
apadrinhar um animal ou qualquer outra coisa que faça sentido para si.
Geralmente fazer algo de positivo
para a comunidade faz com que as pessoas se sintam melhor com elas próprias.
ULTRAPASSAR
O tempo é o melhor remédio e cura
tudo.
Se der tempo ao tempo, a dor sossega
e vai progressivamente recordando os bons momentos e não a morte.
Com tempo, os donos começam a rir
quando se lembram das traquinices dos animais, daquela vez em que ele roeu o
sapato, que o fez tropeçar na rua, etc.
NOVO ANIMAL
Os animais são insubstituíveis, mas
assim que chegar à fase de recuperação pode pensar em ter um novo animal
novamente.
Os animais fazem-nos rir e as suas
exigências obrigam-nos a não desistir. Mas não se precipite.
Toda a família deve querer um novo
membro e este não deve ser visto como substituto mas como um animal
independente!
É um infeliz engano pensar que
memoriais para animais de estimação sejam só para crianças.
Pelos mesmos motivos pelos quais
guardamos a memória de nossos parentes quando eles falecem, um memorial para o
seu animal de estimação é um passo importante no processo de luto.
Quer você o enterre ou guarde as suas
cinzas numa urna, reservar tempo para memorizar o seu amado animalzinho com a
família ou amigos ajudará a enfrentar a perda.
MANTENHA UM DIÁRIO
Muitas pessoas não se sentem à
vontade comunicando verbalmente suas emoções ou demonstrando-as para outros de
qualquer forma.
Mantenha um diário onde você possa
explorar e chegar a termos com seus sentimentos de luto, através da palavra
escrita.
Tente ver além do momento da morte.
Muitas pessoas, especialmente logo no
início do processo do luto, têm dificuldades em lembrar-se do seu companheiro
sem revisitar constantemente o momento da sua morte.
Embora você não deva negar a morte,
também deveria fazer um esforço para lembrar-se dos bons momentos – aqueles que
fizeram você sorrir, os momentos bobos e os de bagunça, também.
Lembre-se da alegria que você e seu
animal de estimação sentiam na presença um do outro.
AJUDANDO AS CRIANÇAS
Para as crianças, a perda de um
animal de estimação é muitas vezes o que lhes traz o primeiro sentimento de
perda permanente.
Todos nós sabemos que a experiência
não atenua a dor da perda, e também é verdade que as crianças terão alguns dos
mesmos sentimentos dos adultos.
Mas a perda é sentida diferentemente
por crianças menores; é muito provável que elas se sintam confusas ou com raiva
(dos pais, do veterinário ou de si mesmas).
É melhor, no entanto, não se apoiar
numa mentira bem-intencionada como “a Margarida fugiu de casa” ou “o Tigre foi
embora para viver numa fazenda”.
Estas explicações podem magoar e
confundir ainda mais o seu filho, enquanto a criança tenta descobrir se o
bichinho optou por abandoná-la ou foi forçado a ir embora.
Por fim, seu filho pode encher-se de
uma esperança não-realista, insistindo em que o seu amado bichinho voltará para
casa.
Embora vá ser difícil, você não deve
esconder o fato de que o seu bichinho morreu.
Ensine os seus filhos sobre esta
parte natural da vida.
A MORTE DO ANIMAL DE ESTIMAÇÃO E AS
CRIANÇAS
Muitas pessoas não percebem como a
morte pode ser traumática e confusa para uma criança.
As crianças tendem a ficar enlutadas
por um período mais curto, mas a sua dor não é menos intensa.
Crianças também tendem a voltar ao
assunto com mais frequência, então é necessária muita paciência quando se lida
com uma criança enlutada.
Algumas dicas importantes para ajudar
uma criança nessa situação incluem:
1. Dar à criança permissão de lidar
com a sua dor.
- contar ao professor sobre a morte
do animal.
- encorajar a criança a falar
livremente sobre o animal.
- dar à criança muito carinho e
conforto.
- discutir a morte, o morrer e a dor
honestamente.
2. NUNCA dizer coisas como “Deus
levou o seu bichinho,” ou o animal “dormiu para sempre.”
- porque a criança pode temer que
Deus vá levá-la, aos seus pais ou aos seus irmãos.
- porque a criança pode ficar com
medo de ir dormir.
3. Inclua a criança em tudo o que se
passa.
4. Explique que a morte é permanente.
OS IDOSOS ENFRENTANDO A PERDA
Quando os idosos têm de lidar com o
luto, podem encontrar bem mais dificuldade.
Muitos idosos moram com seus
bichinhos de estimação, alguns com a consciência de que jamais poderão ter
outro bichinho, responsavelmente.
Um sentimento de solidão inescapável
pode seguir a perda do bichinho.
Juntamente com este sentimento, a
inevitabilidade da morte pode começar a pesar bastante sobre os idosos
propriamente ditos.
É vitalmente importante não se
entregar ao desespero; mais uma vez, você não está sozinho.
Ninguém, independentemente da idade,
pode jamais substituir um bichinho de estimação que se foi.
Lembre-se de todos os diversos
recursos disponíveis para você – de atendimentos telefônicos a grupos e fóruns online.
Você pode formar uma rede de amor e
apoio na família e entre os amigos; talvez você não possa esperar vir a ter
algum outro animal de estimação, mas é muito provável que estas pessoas tenham
também os seus – que precisarão de alguém que cuide deles, de tempos em tempos.
Você pode ser voluntário em ONGs de
proteção e defesa dos animais ou no CCZ da sua cidade.
No momento em que um capítulo da sua
vida se encerra, um novo capítulo se inicia, pleno de novas oportunidades para
compartilhar o seu amor pela família, amigos, animais e pela vida.
O luto é provavelmente a sensação
mais confusa, frustrante e emocional que uma pessoa pode sentir.
É ainda mais para os tutores de
animais. A sociedade em geral não dá a essas pessoas “permissão” para
demonstrar a sua dor abertamente.
Dessa forma, os tutores
frequentemente se sentem isolados e sozinhos.
Felizmente mais e mais recursos ficam
disponíveis para ajudar essas pessoas a perceber que elas NÃO estão sozinhas e
que o que elas sentem é completamente normal.
O HOSPITAL ESPIRITUAL DO MUNDO agradece os irmãos dos
SITE GATO VERDE pelo artigo que iluminou este espaço de aprendizagem e
encontros Sagrados.
Se deseja compartilhar e divulgar estas informações,
reproduza a integralidade do texto e cite o autor e a fonte. Obrigada. Hospital
Espiritual do Mundo.
NOTA.: As imagens usadas neste site foram tiradas da
net sem autoria das mesmas. Caso alguém conheça o autor das imagens,
agradeceremos se nos for comunicado, para que possamos conferir os devidos
créditos. Grata, Esperança.
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