É muito importante a compreensão e o estudo do sono e
dos sonhos para um conhecimento mais amplo do fenômeno da emancipação da alma e
das experiências vivenciadas pelo Espírito neste estado de liberdade.
"À semelhança da morte, em que o Espírito se
liberta com facilidade do corpo mediante conquistas anteriores de desapego e
renúncia, reflexões e desinteresse das paixões mais vigorosas, no sono há uma
ocorrência equivalente, pois que o ser espiritual possui maior ou menor
movimentação conforme as suas fixações e conquistas."
Vários fenômenos mediúnicos poderão ocorrer com a alma
emancipada, embora muitos sejam classificados, apenas, como fenômenos anímicos.
Durante o sono normal, o corpo perispiritual poderá
provocar uma série de fenômenos de efeitos intelectuais, como a psicofonia e a
psicografia e também os de efeitos físicos ou objetivos como as aparições,
produzir sons, ruídos, etc...
Vamos, neste estudo, evidenciar com maior intensidade,
o sonho, suas características espirituais, quando realmente ocorre a
emancipação da alma e as horas de sono são aproveitadas para nosso crescimento
espiritual através de atividades, estudos e aquisições enobrecedoras.
A ciência oficial, analisando tão somente os aspectos
fisiológicos das atividades oníricas, ainda não conseguiu conceituar com
clareza e objetividade o sono e o sonho. Sem considerar a emancipação da alma,
sem conhecer as propriedades e funções do períspirito, fica, realmente, difícil
explicar a variedade das manifestações que ocorrem durante o repouso do corpo
físico. Alguns psiquiatras e psicólogos já analisam os sonhos como atividades
do psiquismo mais profundo.
Jung considerou válidas as duas proposições. Descobriu
que nos recessos do inconsciente, existe uma infra-estrutura feita de imagens
ou símbolos que integram a mitologia de todos os povos. São os arquétipos,
reminiscências de caráter genérico que remontam a fases muito primitivas da
evolução.
No livro dos Espíritos, Cap. VIII, analisando a
emancipação espiritual, coloca o sono como a primeira fase deste fenômeno, que
antecede ao sonambulismo e ao êxtase que seriam estados mais profundos de
independência pelo desprendimento parcial do Espírito.
- "O sono liberta parcialmente a alma do
corpo."
- "O Espírito jamais está inativo."
- "Têm a lembrança do passado e às vezes a
previsão do futuro."
- "Adquire mais poder (pela liberdade de ação
delimitada pelo grau de exteriorização) e pode entrar em contato com
outros Espíritos encarnados ou desencarnados."
- "O sono coloca o homem num estado em que
estará de maneira permanente após a morte."
- "Enquanto dormem, alguns Espíritos procuram
aqueles que lhes são superiores (estudam, trabalham, recebem orientações,
pedem conselhos).
- "Os Espíritos inferiores irão aos lugares
com os quais se afinizam."
ESPÍRITAS = Atividade real e efetiva do Espírito, durante o sono.
"Puramente cerebral, simples repercussão de nossas
disposições físicas ou de nossas preocupações morais. É também o reflexo de
impressões e imagens arquivadas no cérebro durante a vigília. (...)" (3)
Poderão os Espíritos inferiores motivarem estas
recordações com finalidade de nos perseguirem, amedrontar, desanimar ou
humilhar, desviando-nos dos objetivos benéficos da existência atual.
"Nos sonhos reflexivos, o espírito flutua na
atmosfera sem se afastar muito do corpo; mergulha, por assim dizer, no oceano
de pensamentos e imagens, que de todos os lados rolam pelo espaço, deles se
impregna, e aí colhe impressões confusas, tem estranhas visões e inexplicáveis
sonhos; a isso se mesclam, às vezes, reminiscências de vidas anteriores
(...)"
SONHOS ESPÍRITAS: Há mais ampla exteriorização do períspirito.
Desprendendo-se do corpo e adquirindo maior liberdade, a alma terá uma
atividade real no plano espiritual. Léon Denis chama a estes sonhos de etéreos
ou profundos, por suas características de mais acentuada emancipação da alma.
Nos sonhos espíritas, teremos que considerar a lei de
afinidade. Nossa condição espiritual, nosso grau evolutivo, irá determinar a
qualidade de nossos sonhos, as companhias espirituais que iremos procurar, os
ambientes nos quais permaneceremos enquanto o nosso corpo repousa.
"Quando encarnados na crosta, não temos bastante
consciência dos serviços realizados durante o sono físico, contudo, esses
trabalhos são inexprimíveis. (...) Infelizmente, porém, a maioria se vale de
repouso noturno para sair à caça de emoções frívolas ou menos dignas.
Relaxando-se as defesas próprias, e certos impulsos longamente sopitados
durante a vigília, extravasam-se em todas as direções, por falta de educação
espiritual, verdadeiramente sentida e vivida."
"Qual ocorre no animal de evolução superior, no
homem de evolução positivamente inferior o desdobramento da individualidade,
por intermédio do sono, é quase que absoluto estágio de mero refazimento
físico." (5)
"No animal, o sonho é puro reflexo das atividades
fisiológicas ( ... ). E, no homem primitivo em que a onda mental está em fase
inicial de expansão, o sonho, por muito tempo, será invariavelmente ação
reflexa de seu próprio mundo consciencial ou afetivo."
Estaremos, então, durante o repouso noturno, se
emancipados espiritualmente, vivenciando cenas e realizando tarefas afins.
Procuraremos a companhia daqueles Espíritos que estejam na mesma sintonia, para
realizações positivas, visando nosso progresso moral ou em atitudes negativas,
viciosas, junto àqueles que, ainda, se comprazem em atos ou reminiscências
degradantes, que nos perturbam e desequilibram.
"Há leis de afinidade que respondem pelas
aglutinações sócio-morais-intelectuais, reunindo os seres conforme os padrões e
valores nos quais se demoram. Parcialmente liberto pelo sono, o Espírito segue
na direção dos ambientes que lhe são agradáveis durante a lucidez física ou
onde gostaria de estar, caso lhe permitissem as possibilidades normais."
"Dorme-se, portanto, como se vive, sendo-lhe os
sonhos o retrato emocional da sua vida moral e espiritual."
Neles, vemos a alma emancipada sob a hipnose natural
que é o sono, ir a locais e agir por sugestões, as mais variáveis, atraídas
sempre aos locais e situações onde se lhe vincula o pensamento. A vontade é
direcionada pelo desejo e este age impulsionando a alma na direção do que lhe
atrai e constitui motivação principal, na vida íntima.
- reflexos de nosso cotidiano, de nossas
preocupações comuns;
- determinatórios (indicando caminhos, dando avisos
ou nos advertindo);
- premonitórios (prevendo fatos próximos);
- proféticos (citados na bíblia);
- instrutivos (fornecendo-nos lições enobrecedoras
e conhecimentos do plano espiritual);
- com experiências negativas;
- com perseguições de Espíritos inferiores.
"O sonho é a lembrança do que o Espírito viu
durante o sono, mas observai que nem sempre sonhais porque nem sempre vos
lembrais daquilo que vistes ou de tudo o que vistes; isto porque não tendes a
vossa alma em todo o seu desenvolvimento; frequentemente não vos resta mais que
a lembrança da perturbação da vossa partida ou da vossa volta ( ... ); sem
isto, como explicaríeis estes sonhos absurdos a que estão sujeitos os sábios
como os ignorantes ? Os maus Espíritos se servem dos sonhos para perseguir,
atormentar, as almas fracas e pusilânimes."
R: - "Nisso que chamas sono só tens o repouso do
corpo, porque o Espírito está sempre em movimento. No sono ele recobra um pouco
de sua liberdade e se comunica com os que lhe são caros seja neste ou noutro
mundo. Mas, como o corpo é de matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva
as impressões recebidas pelo Espírito durante o sono, mesmo porque o Espírito
não as percebeu pelos órgãos do corpo."
- as percepções se fazem com o concurso dos órgãos
físicos;
- os estímulos exteriores são selecionados pelos
sentidos;
- são transmitidos ao cérebro pelas vias nervosas;
- no cérebro físico, são gravados para serem
reproduzidos pela memória biológica a cada evocação.
- cessam as atividades físicas, motoras e
sensoriais;
- o Espírito liberto age e sua memória
perispiritual registra os fatos sem que estes cheguem ao cérebro físico;
- tudo é percebido diretamente pelo Espírito;
- excepcionalmente, por via retrógrada, as
percepções da alma poderão repercutir no cérebro físico;
- quando lembramos, dizemos que sonhamos.
Central
Espírita Brasileira (SONO
& SONHOS - AME / PROGEM)
O
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DO ESPÍRITO pelo artigo que iluminou este espaço de aprendizagem e
encontros sagrados.
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