O
QUE É ECTOPLASMA?
Edvaldo
Kulcheski
“De aspecto viscoso, semilíquido
e esbranquiçado, é uma substância básica e muito importante para os efeitos de
materialização de objetos e espíritos”.
Para a ciência acadêmica,
ectoplasma é a parte da célula que fica entre a membrana e o núcleo ou a porção
periférica do citoplasma.
Para o cientista Charles Richet,
é uma substância que se acredita ser a força nervosa e possui propriedades
químicas semelhantes às do corpo físico, de onde provém. Apresenta-se sob um
aspecto viscoso, esbranquiçado, quase transparente, com reflexos leitosos, bem
como esvanescente sob a luz. É considerado a base dos efeitos mediúnicos
chamados físicos, pois é através dele que os espíritos podem atuar sobre a
matéria.
Para os espíritos, o ectoplasma é
geralmente conhecido como um plasma de origem psíquica, que se exala
principalmente do médium de efeitos físicos e um pouco dos outros. Trata-se de
uma substância delicadíssima que se situa entre o perispírito e o corpo físico
e, embora seja algo disforme, é dotada de forte vitalidade, servindo de
alavanca para interligar os planos físico e espiritual. Historicamente, o
ectoplasma tem sido identificado como algo produzido pelo ser humano, que, em
determinadas condições, pode liberá-lo, produzindo vários fenômenos.
O ectoplasma é de difícil
manipulação, pegajoso, não se moldando facilmente.
Por isso, exige treinamentos e
técnicas para que os espíritos possam se utilizar deste fluido. Não é o
espírito que se materializa, mas é o ectoplasma que se adere à forma do
perispírito dele. A substância sofre bastante a influência da luz do dia e da luz
branca, o que causa interferências no fenômeno, tornando-se ideal a utilização
de uma luz com tom avermelhado. A materialização pode acontecer sob o efeito da
luz branca, mas é preciso haver muito ectoplasma. Também é difícil fazer fotos
desse fenômeno com flash, uma vez que há interferência da luz nesse momento.
Nas materializações, não é
utilizado diretamente o ectoplasma puro exalado pelo médium. É necessário
combiná-lo com outros fluidos (espirituais, físicos), ou seja, utilizar nas
materializações o ectoplasma elaborado. A presença de apenas uma pessoa
incrédula no ambiente dificulta ou até impede a aderência do ectoplasma no
perispírito do espírito.
Combinação de fluidos:
A palavra ectoplasma dá uma idéia
de se tratar de algo único, mas, na verdade, é um grande conjunto, formado pela
combinação dos fluidos do espírito com o fluido animalizado do médium e os
fluidos do ambiente. "Aí temos o material leve e plástico de que
necessitamos para a materialização", explica o espírito Aulus no livro Nos
Domínios da Mediunidade.
De uma maneira bastante rápida,
podemos dividir o ectoplasma em três elementos essenciais:
Fluidos A, representando as
forças superiores e sutis da esfera espiritual;
Fluidos B, definindo os recursos
do médium e dos companheiros que o assistem;
Fuidos C, constituindo energias
tomadas da natureza terrestre.
Os fluidos A podem ser os mais
puros e os fluidos C podem ser os mais dóceis, porém, os fluidos B, nascidos da
atuação dos companheiros encarnados e notadamente do médium, são capazes de
estragar os mais nobres projetos. Nos círculos em que os elementos A encontram
uma colaboração segura dos fluidos B, a materialização de ordem elevada assume
a sublimidade dos fenômenos.
Todos os estudos feitos sobre as
materializações de espíritos e os chamados efeitos físicos demonstram que esses
fenômenos ocorrem somente na presença de pessoas que podem fornecer ectoplasma.
Isso leva à óbvia conclusão de que os espíritos não produzem ectoplasma, mas
podem apenas manipulá-lo. Inclusive, uma observação mais cuidadosa permite
compreender que esta manipulação só pode ocorrer com a conivência consciente ou
inconsciente dos encarnados que fornecem a substância.
Se não fosse assim, esses
fenômenos ocorreriam com tamanha freqüência e intensidade no cotidiano da
humanidade que os desencarnados passariam a participar diretamente do mundo dos
encarnados. Deste modo, pode-se deduzir que o ectoplasma é um atributo do corpo
físico, da matéria, uma vez que o corpo humano é material, embora controlado pelo
espírito nele encarnado.
O que se pode admitir que
aconteça é que os espíritos encarnados, em contato com a matéria durante a
encarnação, manipulam-na de tal modo que produzam o que chamamos de ectoplasma.
Essa produção se daria de modo automático e inconsciente, desde a concepção até
o desencarne.
Os tipos de ectoplasma:
Agora, se o ectoplasma está
relacionado com a matéria que constitui o corpo humano, ele deve existir também
nos minerais, nas plantas e nos animais em geral. Em termos de complexidade,
esse ectoplasma não deve ser igual ao existente nos seres humanos.
Em princípio, o ectoplasma
mineral é o mais simples.
Nos vegetais, que se alimentam
principalmente de materiais inorgânicos, ele se apresenta de modo relativamente
mais complexo, em virtude de ter sido trabalhado por eles a partir do material
inicial.
Já nos animais, que se alimentam
de produtos minerais, vegetais e mesmo outros animais, o ectoplasma deve
adquirir uma maior complexidade.
Assim, em função da espécie de
vegetal ou animal, certamente haverá qualidades diferentes de ectoplasma. Essa
dedução é fácil de ser feita, pois, ao que se sabe, o ectoplasma não-humano não
é suficiente ou adequado para a realização de fenômenos físicos e de
materialização, já que, se fosse, eles ocorreriam livremente pela manifestação
de espíritos desencarnados. Haveria interferência direta destes no mundo dos
encarnados, criando grande confusão.
No livro Espírito, Perispírito e
Alma, Hernani Guimarães Andrade propõe a existência dos seguintes tipos de
ectoplasma: ectomineroplasma, originário dos materiais minerais;
ectofitoplasma, extraído dos vegetais; ectozooplasma, produzido pelos animais;
ectohumanoplasma, gerado pelos humanos. Mas para efeito de simplificação de
terminologia, no sentido de tornar o significado mais acessível às pessoas,
podemos dizer apenas ectoplasma mineral, vegetal, animal e humano.
O ectoplasma é matéria?
Podemos definir matéria como tudo
que é constituído pelos elementos químicos constantes da classificação
periódica, além, é claro, dos próprios elementos e das partículas subatômicas.
É também aquilo que possui massa e energia, estando sujeito à ação da
gravidade, tem peso e ocupa um certo volume no espaço, além de interagir
fisicamente com outras porções da matéria através das reações químicas.
Já o ectoplasma está sujeito à
ação da gravidade e interage fisicamente com a matéria do corpo humano. Nas
fotografias, vemos ele sair da boca de um médium como se fosse um pano. O fato
da substância cair na direção do solo e do espírito materializado a partir dela
estar junto ao chão são evidências de que este fluido está sujeito à ação
gravitacional. Alguns autores que já estudaram o ectoplasma em trabalhos de
materialização e de efeitos físicos verificaram a ação da gravidade através de
balanças.
Portanto, podemos concluir que o
ectoplasma é matéria.
- Podemos?
Este raciocínio nos conduz a uma
conclusão bastante interessante, ou seja, parece haver alguma coisa que se
comporta como se fosse uma matéria paralela à que a química descreve. Em outras
palavras, é como se houvesse um outro conjunto de elementos químicos
coexistindo com aqueles previamente conhecidos ou previstos pela química, como
se fosse possível estabelecer pelo menos uma outra classificação periódica.
Apresentação e produção:
O ectoplasma é um combinado de
substâncias. Quando os espíritos desencarnados podem dispor dele em bastante
quantidade, utilizam-no para a produção de fenômenos mediúnicos de efeitos
físicos, combinando-o com outras substâncias extraídas do reservatório oculto
da natureza.
Para a visão dos desencarnados, o
ectoplasma se apresenta como uma massa de gelatina pegajosa, semilíquida e
branquíssima que é exalada por todos os poros do médium, mas em maior proporção
pelas narinas, pela boca, pelos ouvidos, pelas pontas dos dedos e até pelo
tórax. À feição do magnetismo, ele é energia disseminada e presente em toda a
natureza, a qual, pela lei evolutiva, é mais apurada no homem do que no
mineral, no vegetal ou no animal.
Deduzindo-se que os espíritos
encarnados, em contato com a matéria durante a encarnação, produzem o
ectoplasma, podemos chegar a algumas conclusões. Se admitimos a existência
desta substância nos minerais, nas plantas ou nos animais, podemos entender que
um dos ingredientes que forma o ectoplasma é originário dos alimentos, enquanto
outro provém do oxigênio que respiramos. Ainda há um outro ingrediente,
produzido no interior das células de nosso corpo físico. O que ocorre é uma
transformação desses ectoplasmas primários em ectoplasma humano.
Mas onde e quando ocorre o
processo metabólico das reações químicas, físicas e biológicas entre os fluidos
resultantes da alimentação, da respiração e da atividade celular que geram o
ectoplasma?
É difícil de se afirmar com
certeza onde ele se forma no ser humano. A observação indica uma grande
movimentação fluídica no abdome, na altura do umbigo, o que leva alguns
pesquisadores a admitir que se forma ectoplasma no aparelho digestivo, através
do metabolismo dos alimentos no corpo. Outro lugar em que é comum se perceber
que existe uma grande quantidade dessa movimentação é no tórax, fazendo alguns
estudiosos concluirem que a produção de ectoplasma ocorre através da
respiração, pelo oxigênio.
Como a ciência acadêmica admite
que esse fluido se forma no interior das células, muitos entendem que o
ectoplasma se forma por todo o corpo no nível celular, embora em quantidades e
qualidades diferentes. O sangue pode carregá-lo até os pulmões, onde se libera para
ser eliminado, da mesma forma que o carbono resultante do metabolismo.
Entretanto, para os espíritos, o
ectoplasma é uma substância delicada que se produz entre o perispírito e o
corpo físico, interligando o plano físico com o espiritual. Isso nos permite
deduzir que os fluidos resultantes da alimentação, da respiração e da atividade
celular são captados por meio dos chacras gástrico e esplênico,
transformando-se em ectoplasma no interior do duplo etérico. Poderíamos chamar
isso de "metabolismo do ectoplasma".
Mas é bom lembrar:
Nas materializações ou nos
fenômenos de efeitos físicos, não se usa diretamente o ectoplasma humano que
exala do médium. É preciso combiná-lo com outros dois tipos de fluidos
(espirituais e da natureza) para obtermos o ectoplasma elaborado.
Autor do texto: Edvaldo Kulcheski
Fonte: Revista Cristã de
Espiritismo
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