terça-feira, 31 de janeiro de 2012

FAMÍLIA UNIVERSAL



Antes de adentramos ao tema Família Universal, é mister breve intróito sobre a Gênese Espiritual, o início dos corpos orgânicos, animados por um princípio inteligente.

Segundo a teoria kardequiana, “todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente”.[1] Assim, tudo que se manifesta de forma coerente e racional dentro do Universo possui no seu bojo a constituição de um princípio inteligente. Tal princípio, é o que diferencia o homem dos animais, acumulando naquele a razão no lugar do instinto, o discernimento no lugar da selvageria e a ponderação ao invés dos impulsos.

Não nos é permitido ainda conhecer a origem do princípio inteligente, mas, pela soberana justiça e bondade divinas, podemos perfeitamente deduzir que todos têm um único ponto de partida; todos são criados simples e ignorantes e são entregues aos reveses da vida onde, utilizando-se desse princípio e do livre-arbítrio conferido a cada um, possam encontrar o caminho da felicidade e do aperfeiçoamento.

O princípio inteligente não se extingue com a desagregação das moléculas e conseqüente perecimento do organismo físico. Pelo contrário, continua vigendo mesmo após o desaparecimento da matéria que o sustenta. É perene e possui graus de evolução e aperfeiçoamento dentro da grandiosa Criação Universal.

Sem a sobrevivência do ser pensante, tudo aquilo que aprendemos e adquirimos nas sucessivas existências do espírito se perderia em frações de segundos e, fatalmente, estaríamos destinados ao nada, apesar dos esforços empreendidos para o alcance do saber.

Adotamos, por hipótese, a teoria científica de que o homem descende do primata. É perfeitamente possível que o espírito, antes de habitar o corpo humano como conhecemos nos dias de hoje, passou por estágios em corpos físicos mais rudimentares que o atual. Espírito e Corpo foram evoluindo gradativamente, até alcançarem uma forma mais perfeita, como na origem de novas espécies da natureza.

Com ensina a codificação, “corpos de macacos puderam muito bem servir de vestimenta aos primeiros espíritos humanos, necessariamente pouco avançados, que vieram se encarnar sobre a Terra, sendo essas vestimentas os meios apropriados às suas necessidades e mais próprios ao exercício de suas faculdades que o corpo de nenhum outro animal”.[2] Portanto, o princípio inteligente que habitava em um corpo rudimentar, foi evoluindo juntamente com ele, desenvolvendo razão, discernimento e ponderação.

c) Encarnação dos Espíritos
O Espiritismo vem nos ensinar de que maneira se opera a união do Espírito e do Corpo que tem por escopo o início de uma existência, o exórdio de uma encarnação.

O Espírito, por sua essência, é um ser abstrato, indefinido, que não pode ter uma ação direta sobre a matéria. Não pode interatuar, não consegue interferir em um ambiente material, ante a depuração que lhe é peculiar. Por isso ele possui um envoltório semi-material que o recobre, denominado perispírito e que serve de meio de interação entre o mundo material e espiritual.

Mas, por ser o perispírito constituído de matéria quintessenciada, ainda não é suficiente para propiciar ao Espírito os meios necessários para a encarnação. Daí a necessidade da indumentária carnal que compõe o corpo físico. Por intermédio de cordões fluídicos, perispírito se une à matéria célula a célula, molécula por molécula, formando uma simbiose entre organismo físico e organismo espiritual, este portador do princípio inteligente e aquele reunindo os meios necessários de interação no mundo material.

Com a bênção do esquecimento do passado, damos início a uma (ou a mais uma) existência, onde somos depositados em uma família, com outros espíritos afins ou comprometidos com o nosso planejamento encarnatório.

A encarnação é uma necessidade, útil ao adiantamento do Espírito, e este deve zelar por seu corpo físico, provendo a sua nutrição, bem-estar e equilíbrio.


A consangüinidade tem apenas a intenção de aproximar espíritos dentro de um mesmo contexto familiar para unirem-se em prol da evolução e reforma íntima recíprocas. Podem ser espíritos simpáticos, ligados por afeições advindas de existências anteriores e que assumem um papel de auxílio mútuo. Entretanto, é também possível que sejam almas endividadas umas com as outras e que necessitam de uma existência carnal em comum para o exercício do perdão, da paciência e da tolerância e, dentro desse antagonismo, a providência divina também reconduz tais indivíduos para a conquista do adiantamento espiritual.

Podemos dizer que há duas espécies de famílias: as famílias por laços espirituais e as famílias por laços corporais. “As primeiras, duradouras, fortificam-se pela purificação da alma. As segundas, frágeis como a própria matéria, extinguem-se com o tempo e quase sempre de dissolvem moralmente desde a vida atual”.[3]

Somos todos espíritos interligados a uma divina Criação. Fazemos parte de uma grande construção, onde ocupamos espaços entre os alicerces, as pedras e o cimento que a compõe. Como elementos constitutivos dessa obra de Deus, sustentamos a edificação que está acima de nós. Mas não podemos olvidar que há uma base que nos sustenta nos momentos de provação de nossa vida.

É chegado o momento da humanidade se unir. Chega de divisões entre os povos. Basta de fronteiras e línguas, que acabam por distanciar as pessoas. Infelizmente, o homem ainda não se deu conta que somente será feliz por completo quando ajudar a minimizar o sofrimento de seu próximo. A humanidade nunca conquistará a felicidade plena, enquanto houver um espírito sequer sofrendo na face da Terra.

Jesus, depois de haver sido questionado e testado inúmeras vezes pelos Fariseus, continuava com a sua pregação, elucidando as mentes daquela época, quando recebe a notícia de que sua mãe e seus irmãos lhe aguardavam e desejavam falar-lhe. Para a surpresa de todos, redargüiu o Nazareno: “Quem é minha mãe, quem são meus irmãos?” Em nenhum momento Jesus quis menosprezar seus parentes com essa indagação. Ao contrário, com a sua infinita sabedoria, desejava despertar o pensamento dos homens para essa grande família universal que ora tratamos. Desejava demonstrar que todos somos irmãos, pois somos filhos do mesmo Criador, devendo ser exteriorizado o respeito e afeto pelos nossos semelhantes. Estendeu as mãos apontando para os discípulos e disse: “eis minha mãe e meus irmãos” e finalizou com uma das maiores pérolas de seus ensinamentos: “porque todo aquele que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe”.[4]

Desejamos discorrer ainda sobre alguns tópicos específicos, porém diretamente relacionados ao tema “Família Universal”.

A Adoção
A adoção constitui o maior exemplo prático da máxima cristã que diz: “fazei aos outros aquilo que gostaríeis que fizessem a ti”. Coloquemo-nos no lugar das crianças abandonadas, sejam em orfanatos, sejam nas ruas. Não possuem a referência de um pai e de uma mãe e muito menos da constituição familiar tradicional, que tanto educa e que é de suma importância ao espírito que inicia uma nova encarnação.

Trazer uma criança órfã para dentro de um lar com o intuito de ministrar-lhe atenção individualizada, carinho, afeto, orientação, ser educada e evangelizada nos preceitos cristãos trazidos pela “boa nova” é uma das maiores caridades que pode ser exercida.

Mas engana-se aquele que acha que a adoção se resume em um simples gesto caridoso. Existem comprometimentos espirituais entre adotado e adotante, e a providência divina se encarrega de colocar esses espíritos novamente em um convívio salutar para o adiantamento moral de cada um. Se a união dessas almas não é possível através dos lanços de consangüinidade, serão aproximadas por intermédio da adoção, como nos ensina várias obras mediúnicas, entre elas o livro “E a Vida Continua”, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier.

Segundo Richard Simonetti, “há Espíritos que reencarnam para serem filhos adotivos. Esta situação faz parte de suas provações, geralmente porque no passado comportaram-se de forma indigna em relação aos deveres familiares. Voltam ao convívio dos companheiros do pretérito sem laços de consangüinidade, o que para os Espíritos de mediana evolução representa sempre uma provação difícil, destinada a ensiná-los a valorizar a vida familiar”.[5] A responsabilidade dos adotantes, portanto, é ainda maior. É preciso uma dedicação ainda mais intensa por parte dos pais, enquanto educadores e evangelizadores desse espírito que lhes foi confiado por meio da adoção, a fim de diminuir os efeitos de eventual trauma que o adotado possa desencadear quando do conhecimento de sua situação.

Quiçá um dia não haverá mais orfanatos em nosso planeta, onde o real sentimento de fraternidade tomará conta de todos os corações e crianças abandonadas possam ser recebidas de braços abertos em famílias dignas e honradas com os compromissos mais sublimes e elevados da existência física.

O Aborto
Não desejamos falar aqui do aborto provocado, intencional, que traz conseqüências cármicas desastrosas àqueles que o praticam. Também não é oportuno para o momento discutir acerca da legalidade ou ilegalidade dessa conduta, uma vez que encontramos posicionamentos distintos nas várias regiões do planeta.

Dentro do encadeamento das idéias de família universal aqui desenvolvidas, desejamos tecer comentários sobre o aborto espontâneo. Ora, é cediço que o abortamento natural (não provocado) promove nos genitores dessa criança imenso abatimento diante da frustração de não terem em seus braços o bebê que tanto desejavam.

Para o espírito reencarnante, a decepção também é grande em ver obstada a possibilidade de uma nova existência.

Entretanto, nada acontece por acaso. Como explica Richard Simonetti, o abortamento espontâneo, “pode ser a conseqüência de uma recusa à maternidade no pretérito, envolvendo, não raro, o aborto criminoso. Quanto ao filho, ele pode estar comprometido com o mesmo crime ou com o desvario do suicídio, colhendo agora a frustração do anseio de reencarnar, com o que aprenderá a valorizar a vida”.[6]

Os desencontros provocados pelo aborto serve de engrandecimento para essas almas afins, seja no amor ou no ajuste cármico para que, em novas tentativas, consigam equilibrar-se com bases sólidas nos ensinamentos cristãos e possam desenvolver dentro de si a aceitação de iniciarem uma jornada existencial unidos pelos laços de consangüinidade.

Espíritos Missionários
Por que a maior parte dos espíritos missionários passaram uma existência inteira desvinculados de uma família? Por que esses espíritos tão evoluídos não se renderam à união conjugal e constituíram para si um ambiente familiar? Por qual motivo desprezaram a paternidade e se renderam a uma vida inteira de renúncia e de sacrifícios?

Essas e outras indagações são feitas constantemente por aqueles que iniciam ao estudo do Espiritismo.

Podemos dizer que esses espíritos, dentro do contexto de família universal, são nossos “irmãos maiores” que nos recolocam ao caminho do bem e a quem depositamos nossa inteira confiança diante da experiência que denotam em suas atitudes e palavras.

Com grande devotamento, primeiramente em São Leopoldo e posteriormente na cidade de Uberaba, Chico Xavier teve uma vida inteira dedicada na propagação do Espiritismo. Através da sua mediunidade, foram publicados mais de 400 obras que são o corolário do aprendizado de adeptos e simpatizantes dessa doutrina. Eurípedes Barsanulfo também abdicou de seus momentos de prazer e descanso em prol dos doentes e, na cidade de Sacramento, foi o maior exemplo de dedicação e apreço pelo empenho em favor do próximo, trabalhando até o dia de seu desencarne.

Nosso querido irmão Tadeu, na cidade de Araxá, abriga velhinhos na “Casa do Caminho”, dando a eles uma oportunidade ímpar nos últimos anos das suas encarnações. Por fim, temos a Dona Cida que, na cidade de Uberaba, ainda dirige o Hospital do Fogo Selvagem, e, em um momento de grande dificuldade de sua vida, levou os doentes do pênfigo para o seu próprio lar, preterindo a sua família consangüínea, mas acolhendo com amor membros dessa grande família universal.

Entre outros, eis os maiores exemplos de Família Universal que passaram por essa pátria. Cuidaram de estranhos como se parentes seus eles fossem. Ensinaram desconhecidos como se eles estivessem sob sua guarda e tutela. Renunciaram ao próprio descanso em favor dos menos afortunados do caminho.

Encerramento
Abracemos essa causa irmãos e irmãs. Regozijemo-nos diante da oportunidade de servir e aprender com aqueles que nos são caros e que a eles estamos entrelaçados pela consangüinidade ou pela proximidade afetiva, e que possamos estender esse amor e esse apreço a todos que nos circundam, formando entre várias uniões, uma só família: A FAMÍLIA UNIVERSAL!

TÍTULO.: Família Universal
Autor: Fábio Gallinaro e Maria Lúcia dos Santos Gallinaro
[1] A Gênese, Capítulo XI
[2] A Gênese, Capítulo XI
[3] ESE, Capítulo XIV
[4] Novo Testamento, Evangelho Segundo Mateus, cap. XII, v. 46/50.
[5] Texto extraído do site www.espirito.org.br 
[6] Texto extraído do site www.espirito.org.br
             
HOSPITAL ESPIRITUAL DO MUNDO agradece os irmãos DA  REVISTA ESPÍRITA-CRISTÃ DO TERCEIRO MILÊNIO pelo artigo que iluminou este espaço de aprendizagem e encontros Sagrados.
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OS FILHOS



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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

VIDA EM FAMÍLIA E LAÇOS DE PARENTESCO


Idéias Principais:

A família é uma instituição divina cuja finalidade precípua consiste em estreitar os laços sociais.
Há no homem alguma coisa mais, além das necessidades físicas: há a necessidade de progredir. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis porque os segundos constituem uma lei da Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos.

Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual.


A vida familiar deve ser a vida de todo homem integrado na unidade social, denominada família. Esta palavra, família, pode ser conceituada num sentido mais restrito – constituído pelos nossos familiares consangüíneos – como num sentido mais amplo – o representado por grupamentos de Espíritos afins, quer intelectual, quer moralmente.

A família é a abençoada escola de educação moral e espiritual, oficina santificante onde se lapidam caracteres; laboratório superior em que se caldeiam sentimentos, estruturam aspirações, refinam idéias, transformam mazelas antigas em possibilidades preciosas para a elaboração de misteres edificantes.

A família é, pois, o mais prodigioso educandário do progresso humano. A sua importância não se mede apenas como uma fonte geratriz de seres racionais, mas como oficina de onde se projetam os homens de bem, os sábios, os benfeitores em geral.

A família é mais do que um resultado genético... São os ideais, os sonhos, os anelos, as lutas e árduas tarefas, os sofrimentos e as aspirações, as tradições morais elevadas que se cimentam nos liames da concessão divina, no mesmo grupo domestico onde medram as nobres expressões da elevação espiritual na Terra.

Quando a família periclita, por esta ou aquela razão, sem dúvida a sociedade está a um passo do malogro.

A vida em família, para que atinja suas finalidades maiores, deve ser vivenciada dentro dos padrões de moralidade, compreensão e solidariedade. “A família é uma instituição divina cuja finalidade precípua consiste em estreitar os laços sociais, ensejando-nos o melhor modo de aprendermos a amar-nos como irmãos”.

Por tão incontestáveis razões, a vida em família, de todas as associações é, talvez, a mais importante em virtude da sua função educadora e regenerativa.

Existem duas modalidades de família e, em conseqüência, duas categorias de laços de parentescos: as que procedem da consangüinidade e as que procedem das ligações espirituais.

Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.

Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações.

Há, pois, duas espécies de família: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual.

Título : As Leis Morais, Lei de Sociedade,  Vida em Família e Laços de Parentesco
Autor:FEB
Fonte:Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita - FEB

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A FAMÍLIA É ...

A família é ...


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domingo, 29 de janeiro de 2012

EM FAMÍLIA ESPIRITUAL



Quanto mais nos adentramos no conhecimento de nós mesmos, mais se nos impõe a obrigação de compreender e desculpar, na sustentação do equilíbrio em nós e em torno de nós.

Daí a necessidade da convivência, em que nos espelhamos uns aos outros, não para criticar-nos, mas para entender-nos, através de bendita reciprocidade, nos vários cursos de tolerância, em que a vida nos situa, no clima da evolução terrestre.

Assim é que, no educandário da existência, aquele companheiro: que somente identifica o lado imperfeito dos seus irmãos, sem observar-lhes a boa parte; que jamais se vê disposto a esquecer as ofensas de que haja sido objeto; que apenas se lembra dos adversários com o propósito de arrasá-los, sem reconhecer-lhes as dificuldades e os sofrimentos; que não analisa as razões dos outros, a fixar-se unicamente nos direitos que julga pertencer-lhes; que não se enxerga passível de censura ou de advertência, em momento algum; que se considera invulnerável nas opiniões que emita ou na conduta que espose; que não reconhece as próprias falhas e vigia incessantemente as faltas alheias; que não se dispões a pronunciar uma só frase de consolação e esperança, em favor dos caídos na penúria moral; que se utiliza da verdade exclusivamente para ameaçar ou ferir...

Será talvez de todos nós aquele que mais exija entendimento e ternura, de vez que, desajustado na intolerância, se mostra sempre desvalido de paz e necessitado de amor.


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A FAMÍLIA CONSANGÜÍNEA...



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COMPROVANDO A REENCARNAÇÃO


Ainda não foi possível comprovar a reencarnação através das impressões digitais, mas a excelente idéia já está sendo aproveitada por João Alberto Fiorini e, em breve, é possível que tenhamos novidades nesse campo.

As técnicas para se investigar e comprovar possíveis casos de reencarnação já são conhecidas no meio espírita. Nos últimos anos, João Alberto Fiorini, delegado de polícia atuando na Agência de Inteligência do Paraná, vem desenvolvendo um novo método. Especialista em impressões digitais, ele entende que é possível confirmar um caso de reencarnação utilizando essa forma de pesquisa científica.

Esse caminho começou a ser seguido em 1999. Na época, João Alberto se recuperava de uma cirurgia realizada em São Paulo, e teve a oportunidade de ler um artigo publicado num jornal em 1935, escrito por Carlos Bernardo Loureiro. A matéria foi reproduzida no jornal da Federação Espírita do Estado de São Paulo, e se referia a um menino que tinha a mesma impressão digital de um homem que já havia falecido há dez ou quinze anos. O autor da matéria era um dos grandes estudiosos do assunto, na época, e gostava de comparar impressões digitais.

Fiorini sabia que não é possível existirem duas impressões digitais iguais, mas ainda assim, ele levou a história a sério e resolveu estudar mais: fazer uma pesquisa para saber se não haveria qualquer possibilidade de se encontrar duas impressões iguais. “Eu já era espírita”, explica João Alberto, “mas ainda não tinha feito qualquer pesquisa científica. A partir daí, comecei a fazer um estudo profundo sobre impressões digitais, pesquisando tudo o que poderia existir em livros brasileiros e norte-americanos, na área da Medicina.”

A pesquisa levou-o a conversar com membros do conselho de dermatologia do Paraná e a conhecer o trabalho do dr. Agnaldo Gonçalves, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Assim, ficou sabendo por que as pessoas têm impressões digitais, impressões palmares e as linhas nas mãos e nos pés. Em seu livro Anais Brasileiros de Dermatologia, o dr. Gonçalves diz que os desenhos formados nas mãos e pés estariam ligados à genética, variando de mão para mão, de raça e de sexo. “Se você verificar as impressões digitais das mulheres”, informa Fiorini, “vai ver que elas têm uma tendência maior à presilha, que é um tipo específico de desenho”. Mas uma parte da formação dessas linhas – e não se sabe ao certo o quanto –, pode estar relacionada aos movimentos do feto no útero. Mesmo no caso dos gêmeos univitelinos, as impressões digitais são diferentes.

Pesquisas
Seguindo uma pesquisa realizada anteriormente em Cambridge, Inglaterra, Fiorini também observou as digitais de homossexuais. O estudo inglês havia mostrado que os homossexuais apresentavam características de impressões no polegar direito que se aproximavam das características femininas. Com uma pesquisa realizada principalmente com travestis, o pesquisador brasileiro comprovou que as digitais apresentavam a presilha de uma digital feminina, conhecimento que serviu de base para seus estudos posteriores.

O normal é que os homens não apresentem a presilha, mas sim, o verticilo, outro tipo de desenho. Então, ele se perguntou, por que os homossexuais não teriam o verticilo. A situação não fazia muito sentido, cientificamente falando. Ele também observou as digitais de mulheres criminosas, que deveriam apresentar presilha. Mas, ao estudar os sinais, percebeu que a incidência maior era de verticilo, a característica masculina. “Isso me surpreendeu muito”, diz Fiorini, “e comecei a ver nas impressões digitais algo a que as pessoas não deram muita importância, como se não tivesse interesse científico.”

Vendo pelo lado espiritual, explica Fiorini, uma pessoa, ao desencarnar, fica de 0 a 250 anos no plano espiritual. Em outras palavras, ela tanto pode reencarnar rapidamente, quanto pode demorar um tempo mais longo; mas o mais comum é que essa reencarnação ocorra dentro de um período de 40 a 70 anos. Se imaginarmos que uma mulher morre e retorna rapidamente, em mais ou menos dois anos, porém ocupando o corpo de um homem, ela virá então trazendo ainda as características femininas. Assim, segundo João Alberto, a questão envolvendo a homossexualidade nada tem a ver com desvio de personalidade, como muitas pessoas ainda insistem em dizer, mas está relacionada com a vida anterior e com o fato da reencarnação ocorrer muito próxima. “Eu cheguei a essa conclusão”, ele conta. “Eu sou o único que está levando a pesquisa para esse lado. O dr. Hernani (Guimarães Andrade) também já pesquisou, mas ele fala apenas do tempo de intermissão. Eu vou além, entendendo que essas impressões digitais não se alteram quando o espírito reencarna.”

Metodologia
A seqüência lógica dos estudos e pesquisas do dr. João Alberto Fiorini foi entrar em contato com o Dr. Hernani Guimarães Andrade, presidente do Instituto de Pesquisas Psicobiofísicas, em Bauru, São Paulo, a quem Fiorini considera um dos maiores cientistas do mundo em assuntos de reencarnação. Ele também é um nome muito respeitado por parapsicólogos, não apenas do Brasil, mas de todo o mundo.

Outro ponto de apoio para suas investigações foi o exaustivo trabalho do dr. Ian Stevenson, que já investigou mais de três mil possíveis casos de reencarnação, baseando-se em depoimentos de crianças. Stevenson, de reputação internacional, começou a coletar depoimentos de crianças de todas as partes do mundo, sempre que elas se referiam à sua existência numa encarnação anterior.

Stevenson e sua equipe coletavam esses depoimentos, arrumavam as informações que as crianças forneciam sobre suas possíveis vidas passadas, e iam ao local em que elas teriam vivido para comprovar ou não essas informações. Os resultados obtidos foram tão impressionantes que grande parte da comunidade científica ficou abalada em suas convicções e noções, até então restritas sobre o tema reencarnação.

A pergunta que Fiorini fez ao dr. Hernani foi se era possível um espírito retornar com a mesma digital. Ele respondeu que acreditava ser possível; se a pessoa volta com marcas, sinais, cicatrizes, deformações e até mesmo doenças, por que não com as mesmas impressões digitais? Conversando com ele, estabeleceu um método de pesquisa que consiste em procurar crianças, geralmente entre os dois e quatro anos de idade, que tenham o costume de afirmar que viveram em outro lugar, em outra época, que tiveram determinado tipo de ações ou conheceram certas pessoas. Isso ocorre pelo fato do perispírito dessas crianças não estar acoplado ao corpo somático, adaptação que só irá ocorrer aos sete anos. Se o tempo de intermissão for muito curto – geralmente, no Brasil, essa reencarnação se dá de dois até oito anos – essas crianças começam a falar sobre suas vidas passadas. Assim, é possível coletar essas informações, da mesma forma como foi feito pelo dr. Ian Stevenson, e procurar os locais e pessoas aos quais elas se referiram. Se a pessoa em questão tiver registrada uma impressão digital, é possível então fazer a comparação desejada.

Pesquisa de Campo
Fiorini está, agora, partindo para a investigação de casos aos quais tenha acesso. Ele diz que solicitou ao dr. Hernani que lhe fornecesse dados de casos de reencarnação que ele já tivesse pesquisado, mas por questões éticas, ele não pôde fornecê-los, aconselhando-o a procurar estudar novos casos.

Assim, quando esteve em São Paulo para participar do programa Espiritismo Via Satélite, João Alberto pediu que as mães que percebessem seus filhos falando sobre vidas passadas entrassem em contato com ele para que a investigação apropriada pudesse ser realizada. A idéia é que não se desprezem as coisas que as crianças digam, mesmo que pareça não ter muito sentido ou ser apenas produto da imaginação, anotando tudo num papel.

“Chegaram muitas cartas”, explica Fiorini, comentando o resultado de sua participação no programa, e está dando seqüência às investigações. Ele ainda não atingiu seu objetivo na pesquisa científica das impressões digitais ligadas à reencarnação, mas acredita que em breve deverá ter novidades.

É claro que a comprovação de reencarnações também pode ser feita através de outros testes, como o exame grafotécnico, comparando-se a caligrafia da criança com a da pessoa que ela possivelmente teria sido na vida anterior. Da mesma forma com os exames médicos, ou seja, se uma pessoa morre subitamente, assassinada ou em desastres, ela reencarna com determinadas marcas e cicatrizes relacionadas ao evento em questão. O problema é que essas marcas vão desaparecendo com o tempo, de modo que a pesquisa tem de ser feita o quanto antes, enquanto as evidências estão mais nítidas.

Com tudo isso em mente, João Alberto Fiorini está dando seqüência ao seu trabalho de pesquisa e investigação, ao mesmo tempo em que prepara seu livro sobre o assunto. “O meu livro vai ensinar as pessoas a investigar a reencarnação, como uma receita”, ele explica, entendendo que, se um número maior de pessoas se dispuser a tornar públicas as informações nessa área, a pesquisa será facilitada. 

Seria um livro para mostrar às mães, aos médicos e às pessoas que estejam intimamente ligadas a crianças de 0 a 7 anos de idade, como proceder nos casos citados, coletando o maior número de dados possíveis e anotando tudo o que a criança falar sobre uma possível vida passada, da mesma forma que foi feito na pesquisa do dr. Ian Stevenson e em outros estudos realizados na Índia.

Ainda é grande o número de pessoas que se sente constrangida em falar sobre o tema reencarnação, de modo que nem sempre é muito fácil encontrar quem fale abertamente sobre isso. Além disso, ainda existe o medo do sensacionalismo que alguns veículos promovem em torno de assuntos dessa natureza, afastando ainda mais as pessoas que desejam pesquisar seriamente a reencarnação.

Tendo em mãos as informações obtidas das crianças, Fiorini pode partir para a investigação propriamente dita, levantando os dados e fazendo as comparações. 

E, com um pouco de sorte, conseguindo fazer a avaliação das diferentes impressões digitais.

Assim, quem tiver qualquer relato sobre possíveis reencarnações, pode enviar para a Revista Espiritismo e Ciência. Todo e qualquer relato será confidencial e repassado imediatamente para o delegado Dr. João Alberto Fiorini, que realizará as investigações necessárias.

Os relatos podem ser enviados para:
Espiritismo & Ciência
Redação/ Rua Andrade Fernandes, 283
São Paulo – SP / 05449-050

Investigação em Ribeirão Preto
Recentemente, João Alberto Fiorini esteve em Ribeirão Preto para ver de perto um caso envolvendo um garoto de cerca de oito anos, e que já havia sido relatado pela avó dele na revista Visão Espírita. Quando a criança tinha apenas três anos de idade, começou a fazer declarações espantosas, exatamente da forma como costuma acontecer com as crianças que se lembram de vidas passadas. Numa dessas declarações, ele disse à avó que, quando ele era grande e ela era pequenina, ele era seu pai. Dias depois, quando a avó esquentava o leite para ele, ele voltou a tocar no assunto, dizendo que quando ela era pequena, ele é que esquentava o leite para ela.

Em outras declarações, disse que, na outra vida, ele tocava numa orquestra e morava num sobrado; também se lembrou que morava numa fazenda, e descreveu o lugar com detalhes. Quando a avó perguntou se ele tinha visto aquilo na televisão, ele disse que estava se lembrando de outra vida.

As lembranças foram ficando escassas à medida que o garoto crescia, como Fiorini diz que costuma ocorrer com todas as crianças. É como se, aos poucos, elas fossem se esquecendo das vidas anteriores e de sua passagem pelo mundo espiritual, do qual aquele menino de Ribeirão Preto também tinha lembranças e contava algumas passagens.

Diz-se que, em 1999, no período em que as lembranças já eram mais raras, ele ouviu algumas palavras em espanhol e sabia o seu significado, como também conhecia o inglês. Ele disse que, se sabia espanhol e inglês, era porque já tinha vivido na Espanha e nos Estados Unidos.

Uma linha de pesquisa possível com relação à sua suposta vida anterior está ligada ao seu medo irracional das explosões de fogos de artifício, e a manchas escuras que ele apresenta nas pernas, que ficaram mais visíveis aos três anos de idade. A explicação do próprio menino é que, em outra vida, ele lutou numa guerra e levou tiros nas pernas; segundo ele, na guerra de 1968. Como ele conhecia muito bem o inglês e se referiu a uma guerra ocorrida em 1968, imediatamente a avó imaginou que ele pudesse estar se referindo ao Vietnã.

Fiorini tentou obter mais alguns dados que pudessem ajudá-lo a confirmar as informações obtidas através dos testes das digitais, mas não foi possível. Dos parentes aos quais o menino se referiu, não existem documentos que possam ser utilizados. E do possível jovem que lutou no Vietnã, é quase impossível saber alguma coisa sem dados mais concretos.

Ainda assim, é um bom registro, nos moldes do que foi feito pelo dr. Ian Stevenson, com informações sendo coletadas antes que a criança perdesse totalmente a lembrança dessas vidas anteriores, o que já está acontecendo.

Artigo.: Comprovando a Reencarnação

Fonte.: REVISTA ESPIRITISMO E CIÊNCIA (VOLUME- 02)

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sábado, 28 de janeiro de 2012

REENCARNAÇÃO


"Cada encarnação encontra, na alma que recomeça vida nova, uma cultura particular, aptidões e aquisições mentais que explicam sua facilidade para o trabalho e seu poder de assimilação; por isso dizia Platão: “Aprender é recordar-se!” 

Nossa ternura espontânea por certos seres deste mundo explica-se facilmente.

Já os havíamos conhecido, em outros tempos, já os encontráramos. Quantos esposos, quantos amantes não têm sido unidos por inúmeras existências, percorridas dois a dois! Seu amor é indestrutível, porque o amor é a força das forças, o vínculo supremo que nada pode destruir. 

As condições da reencarnação não permitem que nossas situações recíprocas se invertam; quase sempre se conservam os graus respectivos de parentesco.

Algumas vezes, em caso de impossibilidade, um filho poderá vir a ser o irmão mais novo do seu pai de outros tempos, a mãe poderá renascer irmã mais velha do filho. Em casos excepcionais, e somente a pedido dos interessados, podem inverter-se as situações. Os sentimentos de delicadeza, de dignidade, de mútuo respeito que sentimos na Terra não podem ser desconhecidos no mundo espiritual. Para supô-lo, é preciso ignorar a natureza das leis que regem a evolução das almas! 

O Espírito adiantado, cuja liberdade aumenta na razão direta da sua elevação, escolhe o meio onde quer renascer, ao passo que o Espírito inferior é impelido por uma força misteriosa a que obedece instintivamente; mas todos são protegidos, aconselhados, amparados na passagem da vida do espaço para a existência terrestre, mais penosa, mais temível que a morte. 

A união da alma com o corpo efetua-se por meio do invólucro fluídico, o perispírito, de que muitas vezes temos falado. Sutil por sua natureza, vai ele servir de laço entre o Espírito e a matéria. A alma está presa ao gérmen por esse “mediador plástico”, que vai retrair-se, condensar-se cada vez mais, através das fases progressivas da gestação, e formar o corpo físico. Desde a concepção até o nascimento, a fusão opera-se lentamente, fibra por fibra, molécula por molécula. Pelo afluxo crescente dos elementos materiais e da força vital fornecidos pelos genitores, os movimentos vibratórios do perispírito da criança vão diminuir e restringirem-se, ao mesmo tempo em que as faculdades da alma, a memória, a consciência esvaem-se e aniquilam-se. É a essa redução das vibrações fluídicas do perispírito, à sua oclusão na carne que se deve atribuir a perda da memória das vidas passadas. Um véu cada vez mais espesso envolve a alma e apaga-lhe as radiações interiores. Todas as impressões da sua vida celeste e do seu longo passado volvem às profundezas do inconsciente e a emersão só se realiza nas horas de exteriorização ou por ocasião da morte, quando o Espírito, recuperando a plenitude dos seus movimentos vibratórios, evoca o mundo adormecido das suas recordações. 

O papel do duplo fluídico é considerável; explica, desde o nascimento até a morte, todos os fenômenos vitais. Possuindo em si os vestígios indeléveis de todos os estados do ser, desde a sua origem, comunica-lhe a impressão, as linhas essenciais ao gérmen material. Eis aí a chave dos fenômenos embriogênicos. 

O perispírito, durante o período de gestação, impregna-se de fluido vital e materializa-se o bastante para tornar-se o regulador da energia e o suporte dos elementos fornecidos pelos genitores; constitui, assim, uma espécie de esboço, de rede fluídica permanente, através da qual passará a corrente de matéria que destrói e reconstitui sem cessar, durante a vida, o organismo terrestre; será a armação invisível que sustenta interiormente a estátua humana. Graças a ele, a individualidade e a memória conservar-se-ão no plano físico, apesar das vicissitudes da parte mutável e móvel do ser, e assegurarão, do mesmo modo, a lembrança dos fatos da existência presente, recordações cujo encadeamento, do berço à cova, fornece-nos a certeza íntima da nossa identidade. 

A incorporação da alma não é, pois, subitânea, como o afirmam certas doutrinas; é gradual e só se completa e se torna definitiva à saída da vida uterina. Nesse momento, a matéria encerra completamente o Espírito, que deverá vivificá-la pela ação das faculdades adquiridas. Longo será o período de desenvolvimento durante o qual a alma se ocupará em pôr à sua feição o novo invólucro, em acomodá-lo às suas necessidades, em fazer dele um instrumento capaz de manifestar-lhe as potências íntimas; mas, nessa obra, será coadjuvada por um Espírito preposto à sua guarda, que cuida dela, a inspira e guia em todo o percurso da sua peregrinação terrestre. Todas as noites, durante o sono, muitas vezes até de dia, o Espírito, no período infantil, desprende-se da forma carnal, volve ao espaço, a haurir forças e alentos para, em seguida, tornar a descer ao invólucro e prosseguir o penoso curso da existência. 

Antes de novamente entrar em contacto com a matéria e começar nova carreira, o Espírito tem, dissemos, de escolher o meio onde vai renascer para a vida terrestre; mas essa escolha é limitada, circunscrita, determinada por causas múltiplas. Os antecedentes do ser, suas dívidas morais, suas afeições, seus méritos e deméritos, o papel que está apto para desempenhar, todos esses elementos intervêm na orientação da vida em preparo; daí a preferência por uma raça, tal nação, tal família. As almas terrestres que havemos amado atraem-nos; os laços do passado reatam-se em filiações, alianças, amizades novas. Os próprios lugares exercem sobre nós a sua misteriosa sedução e é raro que o destino não nos reconduza muitas vezes às regiões onde já vivemos, amamos, sofremos. Os ódios são forças também que nos aproximam dos nossos inimigos de outrora para apagarmos, com melhores relações, inimizades antigas. Assim, tornamos a encontrar em nosso caminho a maior parte daqueles que constituíram nossa alegria ou fizeram nossos tormentos. Sucede o mesmo com a adoção de uma classe social, com as condições de ambiente e educação, com os privilégios da fortuna ou da saúde, com as misérias da pobreza. Todas essas causas tão variadas, tão complexas, vão combinar-se para assegurar ao novo encarnado as satisfações, as vantagens ou as provações que convêm ao seu grau de evolução, aos seus méritos ou às suas faltas e às dívidas contraídas por ele. 

Dito isso, compreender-se-á quão difícil é a escolha. Por isso, na maioria das vezes ela nos é inspirada pelas Inteligências diretoras, ou, então, em proveito nosso, hão de elas próprias fazê-lo, se não possuirmos o discernimento necessário para adotar com toda a sabedoria e previdência os meios mais eficazes para ativarem a nossa evolução e expurgarem o nosso passado. 

Todavia, o interessado tem sempre a liberdade de aceitar ou procrastinar a hora das reparações inelutáveis. No momento de se ligar a um gérmen humano, quando a alma possui ainda toda a sua lucidez, o seu Guia desenrola diante dela o panorama da existência que a espera; mostra-lhe os obstáculos e os males de que será eriçada, faz-lhe compreender a utilidade desses obstáculos e desses males para desenvolver-lhe as virtudes ou libertá-la dos seus vícios. Se a prova lhe parecer demasiado rude, se não se sentir suficientemente armado para afrontá-la, é lícito ao Espírito diferir-lhe a data e procurar uma vida transitória que lhe aumente as forças morais e a vontade. 

Na hora das resoluções supremas, antes de tornar a descer à carne, o Espírito percebe, atinge o sentido geral da vida que vai começar, ela lhe aparece nas suas linhas principais, nos seus fatos culminantes, modificáveis sempre, entretanto, por sua ação pessoal e pelo uso do seu livre-arbítrio; porque a alma é senhora dos seus atos; mas, desde que ela se decidiu, desde que o laço se dá e a incorporação se debuxa, tudo se apaga, esvai-se tudo. A existência vai desenrolar-se com todas as suas conseqüências previstas, aceitas, desejadas, sem que nenhuma intuição do futuro subsista na consciência normal do ser encarnado. O Temíveis são certas atrações para as almas que procuram as condições de um renascimento, por exemplo, as famílias de alcoólicos, de devassos, de dementes. Como conciliar a noção de justiça com a encarnação dos seres em tais meios? Não há aí, em jogo, razões psíquicas profundas e latentes e não são as causa físicas apenas uma aparência? Vimos que a lei de afinidade aproxima os seres similares. Um passado de culpas arrasta a alma atrasada para grupos que apresentam analogias com o seu próprio estado fluídico e mental, estado que ela criou com os seus pensamentos e ações. 

Não há, nesses problemas, nenhum lugar para a arbitrariedade ou para o acaso. É o mau uso prolongado de seu livre-arbítrio, a procura constante de resultados egoístas ou maléficos que atrai a alma para genitores semelhantes a si. Eles fornecer-lhe-ão materiais em harmonia com o seu organismo fluídico, impregnados das mesmas tendências grosseiras, próprios para a manifestação dos mesmos apetites, dos mesmos desejos. Abrir- se-á nova existência, novo degrau de queda para o vício e para a criminalidade. E a descida para o abismo. 

Senhora do seu destino, a alma tem de sujeitar-se ao estado de coisas que preparou, que escolheu. Todavia, depois de haver feito de sua consciência um antro tenebroso, um covil do mal, terá de transformá-lo em templo de luz. As faltas acumuladas farão nascer sofrimentos mais vivos; suceder-se-ão mais penosas, mais dolorosas as encarnações; o círculo de ferro apertar-se-á até que a alma, triturada pela engrenagem das causas e dos efeitos que houver criado, compreenderá a necessidade de reagir contra suas tendências, de vencer suas ruins paixões e de mudar de caminho. Desde esse momento, por pouco que o arrependimento a sensibilize, sentirá nascer em si forças, impulsões novas que a levarão para meios mais adequados à sua obra de reparação, de renovação, e passo a passo irá fazendo progressos. Raios e eflúvios penetrarão na alma arrependida e enternecida, aspirações desconhecidas, necessidades de ação útil e de dedicação hão de despertar nela. A lei de atração, que a impelia pa ra as últimas camadas sociais, reverterá em seu benefício e tornar-se-á o instrumento da sua regeneração. 

Entretanto, não será sem custo que ela se levantará; a ascensão não prosseguirá sem dificuldades. As faltas e os erros cometidos repercutem como causas de obstrução nas vias futuras e o esforço terá de ser tanto mais enérgico e prolongado quanto mais pesadas forem as responsabilidades, quanto mais extenso tiver sido o período de resistência e obstinação no mal. Na escabrosa e íngreme subida, o passado dominará por muito tempo o presente e o seu peso fará vergar mais de uma vez os ombros do caminhante; mas, do Alto, mãos piedosas estender-se- ão para ele e ajudá-lo-ão a transpor as passagens mais escarpadas. “Há mais alegria no Céu por um pecador que se arrepende do que por cem justos que perseveram.” O nosso futuro está em nossas mãos e as nossas facilidades para o bem aumentam na razão direta dos nossos esforços para o praticarmos".

TÍTULO.: REENCARNAÇÃO
DO Livro: O Problema do Ser, do Destino e da Dor

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